Passei alguns dias em Praga. Falar bem da cidade é fácil. Cidade de fadas e contos de histórias. Sabia que o haxixe estava liberalizado, mas que a cocaína continuava a ser punida. Mal cheguei ao aeroporto, a triste imagem de uma mulher muito jovem, a snifar coca. Dei comigo a pensar que em Lisboa mal reparo nestes gestos, ou porque não frequento a vida nocturna ou porque tenho acrescidas preocupações com a segurança e me escuso a ambientes onde o uso de drogas é mais visível. Portugal parece ter feito um esforço registável em matéria de luta contra a droga.
Com uma filha ainda adolescente, à chegada, deparei com o alerta para o controlo de estupefacientes face à expansão das drogas usadas para cometer crimes sexuais. Multiplicam-se as farmácias ilegais na internet, operando a partir da Índia, onde são vendidos fármacos sujeitos a receita médica. Cresce o fenómeno das "drogas de violação". O OICS chama a atenção para o facto de os agressores tentarem contornar os controlos mais apertados ao utilizarem substâncias que não estão incluídas nas convenções internacionais relativas à vigilância de medicamentos e drogas. Presentemente são raras as agressões sexuais feitas por quem tomava Rohypnol, mas outras substâncias psicotrópicas constituem uma "ameaça grave", indica o documento, dando como exemplo a quetamina e a GHB.
Para pôr um travão neste tipo de consumos, a comissão de estupefacientes apelou aos governos e aos laboratórios farmacêuticos para que incluam corantes e aromas a este tipo de substâncias, permitindo assim alertarem-se as potenciais vítimas para a adulteração das suas bebidas. Como alertar adolescentes para os perigos da má qualidade da diversão nocturna é um problema de pais e educadores que são confrontados com a atitude demasiado liberal de uns e a mais antiquada de outros. Explicar-lhes que beber é já um perigo porque ainda não conhecem os seus limites já é difícil, dizer-lhes que estas substâncias são sobretudo usadas em ambientes de diversão nocturna e despejadas disfarçadamente no copo de bebidas, parece-lhes mais um filme. Ter filhos adolescentes será sempre um quebra-cabeças. Refugio-me com alguma frequência nas Janelas Verdes, um paraíso da Heritage, ali para Santos. Há uns dois anos, numa sexta à noite, fui até lá, para mais dois dedos de conversa com uma amiga. Ver tantos jovens arrastados, espalhados, pela rua, foi um drama, um desgosto e um desconsolo. Porque é sobretudo um desperdício. Um enorme desperdício de vida!
Para pôr um travão neste tipo de consumos, a comissão de estupefacientes apelou aos governos e aos laboratórios farmacêuticos para que incluam corantes e aromas a este tipo de substâncias, permitindo assim alertarem-se as potenciais vítimas para a adulteração das suas bebidas. Como alertar adolescentes para os perigos da má qualidade da diversão nocturna é um problema de pais e educadores que são confrontados com a atitude demasiado liberal de uns e a mais antiquada de outros. Explicar-lhes que beber é já um perigo porque ainda não conhecem os seus limites já é difícil, dizer-lhes que estas substâncias são sobretudo usadas em ambientes de diversão nocturna e despejadas disfarçadamente no copo de bebidas, parece-lhes mais um filme. Ter filhos adolescentes será sempre um quebra-cabeças. Refugio-me com alguma frequência nas Janelas Verdes, um paraíso da Heritage, ali para Santos. Há uns dois anos, numa sexta à noite, fui até lá, para mais dois dedos de conversa com uma amiga. Ver tantos jovens arrastados, espalhados, pela rua, foi um drama, um desgosto e um desconsolo. Porque é sobretudo um desperdício. Um enorme desperdício de vida!