Dizem os entendidos que Fernando Costa, autarca das Caldas Rainha, um autêntico soldado veterano da política local e regional, foi ao Congresso do PSD fazer o discurso "da democracia": matou politicamente Ferreira leite em directo e toda a sua direcção; apoiou Pedro Passos Coelho; afirmou a sua identidade regional em todo a região do Oeste; e cilindra um certo "snobismo e intelectualite" - referindo-se a Pacheco Pereira, conselheiro de MFL. Terá sido com receio dos ímpetos deste Bravo que o presidente da Mesa do Congresso, Rui Machete, decidiu deixá-lo falar. FC é apontado como o homem que "deu uma terrível lição de democracia interna ao seu próprio partido, e revelou um traço de autenticidade e sinceridade verdadeiramente raro em política em Portugal." Já alguns bocejos eram arrancados aos mais sonolentos, porque passava da meia noite, quando subiu ao palanque, e, num discurso que acordou os presentes, lançou farpas à direcção, aos ex-líderes e aos candidatos. Para Manuela Ferreira Leite, foi dizendo que apesar de ser uma «mulher séria, competente e uma grande economista», nunca concordou com o facto de ela ser presidente do partido. Tumba! «Para ser primeiro-ministro não basta ser sério e competente, também é preciso ganhar as eleições, é preciso falar com as populações». Zás! O autarca disse que, há 2 anos, apesar de «mal conhecer» Passos Coelho, o apoiou, mantendo a mesma opção para as directas de 26 de Março. «Eu apoio-te mas não sou o teu yes man», avisou, lamentando e dizendo-se ofendido com as afirmações de Pacheco Pereira que acusou quem apoia Passos Coelho de ser «o pior que há no PSD». E recordou que quando apoiou Santana Lopes este perdeu, e o mesmo aconteceu quando optou por Marques Mendes. Mau auguro?! E lá continuou, repreendendo a direcção, que "devia ter vergonha de ter escorraçado Passos Coelho após as eleições europeias, uma vez que ao ter feito isso também escorraçou «33% dos militantes do partido», «foi nessa noite que o partido perdeu porque achava que ganhar as europeias chegava», defendendo que «não basta ganhar dentro do partido, ter o aparelho, ter os notáveis, é preciso ter os militantes». «Pedro Passos Coelho, se ganhares chama o Aguiar para a direcção do grupo parlamentar, chama o Rangel para o Parlamento Europeu», pediu. Concluiu dizendo que «foi o Rui Machete que o ensinou a falar assim», e que «se não fosse mentiroso, também não era presidente da câmara». E Santana pensou: é por esta e por outras que a minha lei vai ser um sucesso, olha-me este gajo, hem! Diria mais: este tipo lembra-lhe aquele souvenir das Caldas!