Nos últimos dois anos, Pedro Passos Coelho mirou os "outros" do alto da pirâmide para que as hostes da copúla do PSD o ostracizou. Tomaram-no como morto e apagado para a política. Deixaram de o ver como uma ameaça ou sequer como um rival/oponente. Subtrairam-lhe toda a importância que sempre se recusaram a dar-lhe. O menino (aquela carinha é uma mais-valia) dedicou-se à vida civil: estudou dossiers, escreveu o livro, preparou a sua candidatura paulatinamente, deu apertos de mãos e beijos às bases, angariou adeptos, seguidores e apoios. Muito bem cego do PSD recusou-se até à última a dá-lo como hipotético vencedor. Resultado: como sempre vaticinámos, desde que a guerra começou, arrecadou a maioria. + de 60% dos votos. Uma vitória contra o ninho de víboras e os aregimentados políticos que o arressaram para a secura do deserto. Aos "padrinhos" de PPC, tire-se-lhes o chapéu.
PPC deixou palavras de simpatia aos adversários e disse que os convidará para os órgãos nacionais, embora tenha mantido o impasse sobre se Aguiar-Branco assumirá a liderança do grupo parlamentar. Faz mal. Embora lhe compreenda a vontade de unidade, engana-se quando diz que “Ficou provado que o PSD não está dividido, não está balcanizado e que não é um saco de gatos”. Mentira! Será sempre um partido comprometido entre trincheiras, facções e muitos 'ismos' diversos. A tarefa a que se propõe de “unir o PSD”, não o pode fazer alhear-se desta dura realidade: os que sempre lhe taparam o caminho continuarão a tapar-lhe as saídas. O candidato que se distanciou mais de Cavaco Silva, só poderia conseguir essa unidade, se conseguisse portar-se com a mesma frieza e calculismo político que caracterizaram CS. E PPC ganhou eleições precisamente porque se afasta desse perfil. Este é um candidato a que os barões e a copúla nunca reconheceu O PERFIL. Tinha outro perfil, que diziam não ser o perfil de um lider. Esta palavra medonha que contuma justificar as escolhas mais improváveis para os cargos públicos depara-se com um cenário para o qual até agora, dentro do PSD, ninguém estava preparado: a mudança de perfil. Como já acontecera com Menezes, não foi o PSD que se movimenta nos órgãos de informação e nos círculos dominantes, ou os apoios valiosos de Paula Teixeira da Cruz ou de Zita Seabra, que elegeu PPC. Não foi o PSD formal, foi o PSD real, que o elegeu. PPC nem usou da bandeira mais popularuxa a que todos os outros apelaram recorrentemente: o nome de Cavaco Silva.
Paulo Rangel saiu derrotado. Ainda bem para o PSD. Um homem que põe em cheque a liberdade de expressão e que seria o primeiro lider partidário a implementar a lei da rolha, seria uma agrura. Quando interrompeu o seu mandato no Parlamento Europeu e tentou a ruptura, seguindo os conselhos dos ferreiristas, entrou em conflito com o líder parlamentar, Aguiar-Branco e, as trocas de galhardetes entre os dois apenas serviram para queimar ambos. Voltará para Bruxelas e espera-se que PPC lhe ponha rédea curta. Não é um homem confiável para o novo lider do PSD. Deixou mal o País, manipulou o PSD e traiu AB, deve chegar para o etiquetar de homem de não-confiança.
PPC gozou com a sua imagem de menino, mas esperamos que se comporte - não só como um homem ou como um senhor, que é - mas sim como um ancião. Poucos são os homens que consigam engulir a derrota e depois se comportem com lealdade quando lhes é dada a oportunidade de ficar ao lado do vencedor. Há pouca gente dessa na vida, há ainda menos no PDS. E Rangel não é um deles, nem Aguiar Branco. Resta a PPC criar a nova corrente de "passistas" para acabar com os outros "ismos" e "istas" que marcam o compasso do PSD. Esse é mesmo um ninho de gatos, e, permita-me, Pedro, constatará que se convertem facilmente em víboras. Porque o veneno fica lá e estará lá, para lhe morder a mão assim que possam. Crie a sua própria estirpe ou terá eleições, em breve, de novo. Mas se Ângelo Correia o tutela, ouça-o. É um homem sábio. E, se realmente, o apadrinhou, aproveite por ser um privilegiado. Assuma-se seu delfim e aprenda. Se AC é mesmo seu tutor, ele foi mesmo a única benção e o único benefício que recebeu, até agora, do PSD.