sábado, 27 de março de 2010

Passos Coelho: Chegará para reacender a chama "laranja"?


Nas novíssimas sondagens, PS e PSD apresentam-se empatados nas intenções de voto para as eleições legislativas, nenhum dos dois partidos venceria com maioria absoluta, a separá-los apenas 0,2 por cento. O PS teria 9,3% das intenções de voto e o PSD com 39,1%. (Intercampus/TVI) Fica evidente, apesar do trabalho de campo da sondagem ter sido realizado antes da eleição de Pedro Passos Coelho, que a proximidade entre os dois partidos resulta da expectativa de mudança na liderança do PSD. O velho PSD depende agora do novo lider. E, como o velho PSD nada tinha a ver com o que era o actual PSD, o novo PSD (pós Passos-Coelho) procurará encontrar-se com o autêntico (o velho) PSD. Um sinal de maioridade que pode reacender a chama dos laranjas.
Marcelo Rebelo de Sousa, que nunca apoiou (durante todo o Congresso olhou para PPC como se aquele "delirasse") e dificilmente se conforma com a vitória, já comentou o desaire do seu prognóstico. «A primeira lição é que foi uma vitória esmagadora. Digamos que tem condições excepcionais, porque o partido lhe deu um voto de confiança esmagador para poder seguir o caminho até primeiro-ministro de Portugal». «A segunda lição é, de que traz consigo esta votação esmagadora e concludente, um desejo de mudança, um estilo novo e de um pessoal político novo. É uma experiência muito interessante para o partido e para o país e com condições, que desejo que se concretizem, de chegar ao Governo de Portugal». «A terceira lição de que falou o novo líder, já e bem, é de unidade. O convite que fez aos derrotados para colaborarem e é de esperar que correspondam a este convite, quer Paulo Rangel, quer Aguiar-Branco, colaborando naquele que é um esforço de unidade do partido». Sabendo que MRS não lhe tem qualquer afecto, espera-se que PPC use a razão e dispense, nesta matéria, o coração. Aconselhamo-lo vivamente a ter cuidado com as parcerias ou acabará vítima de um negócio, na melhor das hipoteses, com muitos prejuízos e, na hipótese mais realista, na falência (política) - que os seus conhecimentos de Economia e dos negócios lhe tenham ensinado isso, esperamos. MRS ainda afirmou que Aguiar-Branco era a «solução mais lógica» para a liderança parlamentar. Claro! Outro presente envenenado (a julgar pela forma como estoirou, com a ajuda de Rangel, com o pacto com aquele sobre quem desistia a favor de quem, está bem de ver que a palavra não é uma das suas qualidades)! E disse que José Sócrates tem esperança de ter um bom relacionamento com a nova direcção, uma vez que «Houve um mau relacionamento nos últimos dois anos». Com razão. Alguém se dava bem com Manuela Ferreira Leite? A senhora que, com resquícios cavaquistas, fazia da lei da rolha um modus vivendi! Finalmente: «Mais uma vez, quem perde uma vez, mais tarde ou mais cedo, chega lá». Foi pena que não se tivesse lembrado disso antes, porque tinha-lhe ficado tão bem apoiar o rapazinho quando a vitória parecia estar distante dele, os seus prognósticos falharam. Porquê? Porque, para variar, as bases insurgiram-se contra as péssimas escolhas dos últimos tempos ditadas por imperativo da copúla e dos barões desajustados às necessidades do PSD. E do País! Porque uma oposição forte obriga a um Governo mais esforçado! Foi só no fim, mesmo no fim, que o Professor, se conformou!