"É grande miséria não ter bastante inteligência para falar bem, nem bastante juízo para se calar. Eis o princípio de toda a impertinência. Dizer de uma coisa, modestamente, que é boa ou que é má, e as razões por que assim é, requer bom senso e expressão; é um problema. É mais cómodo pronunciar, em tom decisivo, não importa se prova aquilo que afirma, que ela é execrável ou que é miraculosa." Jean de La Bruyére, in "Os Caracteres". Que bom que teria sido se algum dos consultores dos 4 candidatos à liderança do PSD os tivesse lembrado desta pequena grande verdade. Era para ser um debate, primou porque não chegar a sê-lo. Tivémos trocas de galhardetes, verdades de La Palice, "pouca política, e um senhor chamado Castanheira Barros." Enfim, réplica do teatro da semana, aliás. "Afinal, já tínhamos percebido que não há espaço para política (e muito menos para o país) numa eleição interna.(a) Aguiar-Branco viu-se, durante o fim-de-semana, com o problema de juntar assinaturas para (re)validar a sua candidatura. (b) Ainda na semana passada, uma sondagem dava maioria absoluta a Passos Coelho - problema é que o director da empresa que realizou a sondagem está na Comissão de Honra da candidatura de Passos Coelho, o que, no mínimo, permite que se levantem dúvidas legítimas sobre a fiabilidade da sondagem." AB surgiu completamente perdido, num pseudo-discurso sem rumo e confrontou PR com as assinaturas que reuniu, desafiando-o a verificá-las uma a uma. "Resultado: o momento mais intenso nasce de um faits-divers, com a tentativa de Aguiar-Branco em marcar pontos com um soundbyte. Ficou-lhe mal." O resto do debate foi contra o Governo e ficámos onde estávamos no início: sem perceber o caminho do PSD. Um debate positivamente inútil. Impunha a realidade que o PSD pensasse no futuro do país e no futuro do PSD. Há-de vencer aquele "que dentro do aparelho melhor se mexer, i.e. que mais interesses tocar - o que nem sempre coincide com o melhor candidato e o melhor projecto para o país." AB sugeriu que PR foi o culpado pelo incidente suscitado pelo conselho de jurisdição nacional, que denunciou irregularidades nas assinaturas apresentadas pela sua candidatura, apresentando-lhe, como se ele fosse São Tomé, um dossier com todas as assinaturas regularizadas. «Esta atitude mostra claramente que há pessoas que não têm atitudes de quem quer ser primeiro-ministro», afirmou PR. «Tu estás a mentir», atirou a AB. «Este é um número de desespero e de algum desconforto de Aguiar-Branco, porque eu, no sábado, quando um seu colega me interrogou, disse logo que não tínhamos nada a ver com isso e que desejávamos que tudo fosse devidamente esclarecido e encaminhado», afirmou. «Disse isso no sábado e disse isso no domingo. Agora, os jornais publicam o que querem, houve um jornal que publicou, Aguiar-Branco, enfim, talvez por uma sede de protagonismo, resolveu fazer aqui um número mediático que eu acho que só o fragiliza, nunca houve nenhuma posição da nossa candidatura quanto a essa questão», esclareceu.
Armados, precipitadamente - creio - falaram no estado da Justiça. PPC, impaciente, por não ter demandados à altura, evidenciou aqui uma posição a solo. PR e AB a contestar a substituição do PGR, Pinto Monteiro, devido à gestão do dossiê Face Oculta. PPC a defendê-la. Com PR a acusar PPC de estar ao lado do Governo socialista» ao «desviar o foco de quem tem obrigação de esclarecer o que se passou no caso TVI para o procurador-geral, como se fosse ele o responsável por aquilo que se passou». «Está claramente a dar uma ajuda e a colar-se, no fundo ao PS, e a Sócrates». PPC reagiu: «Já o ouvi dizer isto três ou quatro vezes. Como pode dizer com seriedade que pedir a substituição do procurador-geral da República é ajudar o primeiro-ministro? O Paulo Rangel está convencido que o meu objectivo é ajudar PS?» Rangel respondeu que é isso mesmo que ocorre «objectivamente», acrescentando: «Ou está ao lado do PS neste caso ou há aqui alguma ingenuidade política». AB concorda «em parte» com PR, porque entende que, embora Pinto Monteiro tenha «contribuído mais para confundir do que para esclarecer», não deve ser «arma de arremesso partidária», até porque quem quer ser PM tem de cuidar da «dignidade das instituições». «Tenho defendido que quem tem especial responsabilidade nesta matéria de vir a tomar uma posição quando entender oportuna é o Presidente da República», acrescentou. Aquele senhor - CB - lá se foi demarcando de PR e de AB, sem chegar a defender a demissão de Pinto Monteiro: «Eu entendo que não devemos pugnar pela demissão do procurador-geral da República, mas compreendo o descontentamento de Passos Coelho e de forma alguma entendo que esta posição serve o PS, embora ele não me tenha nomeado seu advogado». Os 4 concordaram quanto à retirada de consequências políticas da comissão de inquérito parlamentar ao caso PT/TVI, com PR a resistir de forma mais dura à eventualiadde de uma moção de censura, não quer «antecipar» as conclusões do inquérito nem cair na «armadilha» do PS - a de «provocar a queda do Governo de forma precipitada». No PEC, foi AB que ficou a falar sozinho, pela oposição ao chumbo do documento no Parlamento, no seu entender, a sua votação é uma «moção de confiança encapotada». «Eu sou pela abstenção porque eu não contribuo para que se faça essa moção de confiança encapotada e para que nós proporcionemos uma crise artificial», disse, acusando o PS de querer responsabilizar a oposição pela actual crise financeira e política. PPC, PR e CB defenderam o voto contra o documento na sua actual forma. AB e PR (re)uniram-se contra Passos para assumir o seu apoio a uma recandidatura de Cavaco Silva. PPC acedeu, mas sem entusiasmo: «É o candidato natural». Desculpem, mas que este tipo conseguiu preservar a sanidade mental, lá isso convenhamos que é verdade. Naturalmente, foi por ter estado tão afastado do activo. Só assim, não é? O pobrezito do CB, que mal falou no debate, preferiu falar, no fim, cá fora, aos jornalistas, para lamentar não ter tido a oportunidade de usar o seu «trunfo»: se for eleito líder do PSD, não será candidato a PM. Esse é Marcelo Rebelo de Sousa. Não é Passos o Coelho. É esta a Lebre. Corre por alma de quem? Uma amálgama de rivalidades para uma infíma de ideias. Uma tristeza, meus senhores! Uma grande tristeza! E, já agora, um total despropósito! Não era o "assalto" ao Poder do PSD, foi mais um "sarilho de fraldas"! Ou o "Clube da Luta"!
Armados, precipitadamente - creio - falaram no estado da Justiça. PPC, impaciente, por não ter demandados à altura, evidenciou aqui uma posição a solo. PR e AB a contestar a substituição do PGR, Pinto Monteiro, devido à gestão do dossiê Face Oculta. PPC a defendê-la. Com PR a acusar PPC de estar ao lado do Governo socialista» ao «desviar o foco de quem tem obrigação de esclarecer o que se passou no caso TVI para o procurador-geral, como se fosse ele o responsável por aquilo que se passou». «Está claramente a dar uma ajuda e a colar-se, no fundo ao PS, e a Sócrates». PPC reagiu: «Já o ouvi dizer isto três ou quatro vezes. Como pode dizer com seriedade que pedir a substituição do procurador-geral da República é ajudar o primeiro-ministro? O Paulo Rangel está convencido que o meu objectivo é ajudar PS?» Rangel respondeu que é isso mesmo que ocorre «objectivamente», acrescentando: «Ou está ao lado do PS neste caso ou há aqui alguma ingenuidade política». AB concorda «em parte» com PR, porque entende que, embora Pinto Monteiro tenha «contribuído mais para confundir do que para esclarecer», não deve ser «arma de arremesso partidária», até porque quem quer ser PM tem de cuidar da «dignidade das instituições». «Tenho defendido que quem tem especial responsabilidade nesta matéria de vir a tomar uma posição quando entender oportuna é o Presidente da República», acrescentou. Aquele senhor - CB - lá se foi demarcando de PR e de AB, sem chegar a defender a demissão de Pinto Monteiro: «Eu entendo que não devemos pugnar pela demissão do procurador-geral da República, mas compreendo o descontentamento de Passos Coelho e de forma alguma entendo que esta posição serve o PS, embora ele não me tenha nomeado seu advogado». Os 4 concordaram quanto à retirada de consequências políticas da comissão de inquérito parlamentar ao caso PT/TVI, com PR a resistir de forma mais dura à eventualiadde de uma moção de censura, não quer «antecipar» as conclusões do inquérito nem cair na «armadilha» do PS - a de «provocar a queda do Governo de forma precipitada». No PEC, foi AB que ficou a falar sozinho, pela oposição ao chumbo do documento no Parlamento, no seu entender, a sua votação é uma «moção de confiança encapotada». «Eu sou pela abstenção porque eu não contribuo para que se faça essa moção de confiança encapotada e para que nós proporcionemos uma crise artificial», disse, acusando o PS de querer responsabilizar a oposição pela actual crise financeira e política. PPC, PR e CB defenderam o voto contra o documento na sua actual forma. AB e PR (re)uniram-se contra Passos para assumir o seu apoio a uma recandidatura de Cavaco Silva. PPC acedeu, mas sem entusiasmo: «É o candidato natural». Desculpem, mas que este tipo conseguiu preservar a sanidade mental, lá isso convenhamos que é verdade. Naturalmente, foi por ter estado tão afastado do activo. Só assim, não é? O pobrezito do CB, que mal falou no debate, preferiu falar, no fim, cá fora, aos jornalistas, para lamentar não ter tido a oportunidade de usar o seu «trunfo»: se for eleito líder do PSD, não será candidato a PM. Esse é Marcelo Rebelo de Sousa. Não é Passos o Coelho. É esta a Lebre. Corre por alma de quem? Uma amálgama de rivalidades para uma infíma de ideias. Uma tristeza, meus senhores! Uma grande tristeza! E, já agora, um total despropósito! Não era o "assalto" ao Poder do PSD, foi mais um "sarilho de fraldas"! Ou o "Clube da Luta"!