No Portal Ateu, Ricardo Silvestre fala de dogmas religiosos e de ciência nalguns artigos. Uns quantos apontamentos.
A principal autoridade do Vaticano em questões bioéticas criticou o novo método de obter células estaminais que não destrói os embriões, entendendo-o como uma "manipulação" que não responde às preocupações éticas da igreja católica. Monsenhor Elio Sgreccia, que preside à Academia Pontifícia para a Vida, do Vaticano, disse numa entrevista à Rádio Vaticano que o método para obter células estaminais desenvolvido por cientistas da Advanced Cell, representa uma forma de reprodução in-vitro. "E isso, de um ponto de vista que não é só católico, mas de um ponto de vista das razões bioéticas, é um factor negativo", declarou Sgreccia. O método da Advanced Cell "não resolve os problemas éticos", afirmou." Veio ainda a Santa Sé classificar como uma “monstruosidade” a aprovação, por parte dos parlamentares britânicos, da utilização de embriões híbridos, criados mediante a introdução de ADN humano em óvulos de animais. O mesmo porta-voz do Vaticano considera que esses tipos de pesquisas “são graves do ponto de vista ético”. D. Sgreccia acredita que a ideia de ajudar a encontrar remédios para doenças genéticas como o Alzheimer ou a Doença de Parkinson a partir de embriões híbridos “não tem fundamento”.“É uma mentira mediática sem base científica”, atirou.”
Parece que sempre que a ciência avança e, nos casos, para a criação de células estaminais embrionárias sem a destruição de embriões ou para a produção de embriões híbridos, se "ameaça" a ética. E quando nos perguntamos com que legitimidade estes senhores falam de tudo e de mais alguma coisa, incluindo de bioética? Qual é a sua preparação científica, ética, académica, para se permitirem debitar estas inanidades? respondem-nos que não compreendemos o seu "treino teológico" (que é outro dogma, aliás).
Parece que sempre que a ciência avança e, nos casos, para a criação de células estaminais embrionárias sem a destruição de embriões ou para a produção de embriões híbridos, se "ameaça" a ética. E quando nos perguntamos com que legitimidade estes senhores falam de tudo e de mais alguma coisa, incluindo de bioética? Qual é a sua preparação científica, ética, académica, para se permitirem debitar estas inanidades? respondem-nos que não compreendemos o seu "treino teológico" (que é outro dogma, aliás).
Afirma Sam Harris que, em cada blastocisto há um “sujeito humano” (na linguagem dogmática-religiosa:“alma”), que "nasce" no momento da fertilização, perguntemos, pois, com que critério se pode definir que esse “indivíduo” tem mais direitos que outro, quando o primeiro é uma série de 150 células, não diferenciadas, sem sistema nervoso, sem órgãos, sem consciência, enquanto o segundo é um ser complexo, consciente, com uma experiência e história de vida? Se as igrejas vêm cada embrião como um potencial “sujeito humano”, qualquer célula no corpo é um “potencial ser humano”, porque qualquer célula com um núcleo e com o ADN intacto, se devida e adequadamente manipulada, pode vir a ser um potencial ser humano. E em relação ao dogma que a “alma” é a unidade que produz uma “identidade bem desenvolvida” existe uma aritmética de “almas” que fica de fora da abordagem dos teólogos cristãos. O que ao embrião que se divide em dois (gémeos idênticos)? Ou que se fundem (quimera)? O que acontece à “alma”? Ou às “almas”?
Mas o que se regateia, pelos menos por adogmáticos, que é o meu caso, é que quem está tão cheio de certezas religiosas e de verdades absolutas se acha no direito de as sustentar sem apresentar qualquer fundamento que não o da fé, enquanto que à ciência se exigem provas concretas que que suportem as suas teorias. Para que a “alma” de um blastocisto seja tão ou mais importante que a “alma” de uma criança com uma lesão na espinha cervical-lombar, as religiões cristãs deveriam obrigar-se a defender de uma forma mais racional e “moral” as suas posições, em vez de se bastarem com a irracionalidade e com mitos da Idade do Bronze. Claro que lá virá um ferveroso religioso argumentar que os dogmas não são proibições de comportament, porque partindo da Teologia Dogmática e não da Teologia Moral, não têm caráter moral, mas são apenas artigos de Fé.
Mas o que se regateia, pelos menos por adogmáticos, que é o meu caso, é que quem está tão cheio de certezas religiosas e de verdades absolutas se acha no direito de as sustentar sem apresentar qualquer fundamento que não o da fé, enquanto que à ciência se exigem provas concretas que que suportem as suas teorias. Para que a “alma” de um blastocisto seja tão ou mais importante que a “alma” de uma criança com uma lesão na espinha cervical-lombar, as religiões cristãs deveriam obrigar-se a defender de uma forma mais racional e “moral” as suas posições, em vez de se bastarem com a irracionalidade e com mitos da Idade do Bronze. Claro que lá virá um ferveroso religioso argumentar que os dogmas não são proibições de comportament, porque partindo da Teologia Dogmática e não da Teologia Moral, não têm caráter moral, mas são apenas artigos de Fé.
Um recente estudo defende a tese de que pessoas com QI mais alto são menos propensas a aderir a crenças religiosas (revista académica "Intelligence", Set.). O texto é dos co-autores Richard Lynn (professor de psicologia da Universidade do Ulster, Irlanda do Norte), Helmuth Nyborg (Universidade de Aarhus, Dinamarca), e John Harvey. Os autores concluíram que em 23 dos 137 países analisados, a percentagem da população que não acredita em Deus passa dos 20% e que esses países são, na maioria, os que apresentam índices de QI mais altos. Os pesquisadores dividiram os países em 2 grupos. No 1º, estão os países cujas médias de QI são mais baixos, variando de 64 a 86 pontos, em que 1,95% da população não acredita em Deus. No 2º grupo, em que a média de QI era de 87 a 108, 16,99% da população não acredita em Deus. Há, contudo, excepções, como Cuba (QI de 85 e cerca de 40% de descrentes) e o Vietname (QI de 94 e taxa de ateísmo de 81%), onde há uma percentagem de pessoas que não acreditam em Deus maior do que a de países com QI médio semelhante. Uma possível explicação estaria no facto de que "esses países são comunistas e houve uma forte propaganda ateísta contra a crença religiosa". Outra excepção são os USA, onde a média de QI é considerada alta (98), mas apenas 10,5% dizem não acreditar em Deus, uma taxa mais baixa do que a registada no noroeste e na região central da Europa - onde há altos índices médios de QI e de ateísmo. O que se explica pelo "grande influxo de imigrantes de países católicos, como México, o que ajuda a manter índices altos de religiosidade".
Na generalidade, concluem que a relação entre QI e a descrença religiosa está demonstrada em várias pesquisas feitas na Europa e nos Estados Unidos desde a primeira metade do século passado. E citam uma pesquisa de 1998 que mostrou que apenas 7% dos membros da Academia Nacional Americana de Ciências acreditavam em Deus, comparados com 90% da população em geral. Concluindo, os resultados apontam para uma "generalização" e para uma "excepção". "Nós temos de diferenciar a situação de hoje com outros períodos da história. As pessoas tendem a adotar uma atitude de acordo com a sociedade em que vivem. Hoje em dia, no Reino Unido e em outros países europeus, não há tanta pressão da sociedade para acreditar em Deus", afirma. Uma das hipóteses que o estudo levanta para tentar explicar a correlação entre QI e religiosidade é a teoria de que pessoas mais inteligentes são mais propensas a questionar dogmas religiosos "não-racionais".
A tese é contestada pelo professor de psicologia da London School of Economics, Andy Wells, que afirma que "A conclusão do professor Lynn é de que um QI alto leva à falta de religiosidade, mas é muito difícil ter certeza disso". De acordo com Wells, vários estudos já demonstraram que pessoas com níveis de QI altos tendem a ter níveis de educação mais altos. "E, quanto mais educação as pessoas têm, é mais provável que elas tenham acesso a teorias alternativas de criação do mundo, por exemplo", afirma Wells.
Na generalidade, concluem que a relação entre QI e a descrença religiosa está demonstrada em várias pesquisas feitas na Europa e nos Estados Unidos desde a primeira metade do século passado. E citam uma pesquisa de 1998 que mostrou que apenas 7% dos membros da Academia Nacional Americana de Ciências acreditavam em Deus, comparados com 90% da população em geral. Concluindo, os resultados apontam para uma "generalização" e para uma "excepção". "Nós temos de diferenciar a situação de hoje com outros períodos da história. As pessoas tendem a adotar uma atitude de acordo com a sociedade em que vivem. Hoje em dia, no Reino Unido e em outros países europeus, não há tanta pressão da sociedade para acreditar em Deus", afirma. Uma das hipóteses que o estudo levanta para tentar explicar a correlação entre QI e religiosidade é a teoria de que pessoas mais inteligentes são mais propensas a questionar dogmas religiosos "não-racionais".
A tese é contestada pelo professor de psicologia da London School of Economics, Andy Wells, que afirma que "A conclusão do professor Lynn é de que um QI alto leva à falta de religiosidade, mas é muito difícil ter certeza disso". De acordo com Wells, vários estudos já demonstraram que pessoas com níveis de QI altos tendem a ter níveis de educação mais altos. "E, quanto mais educação as pessoas têm, é mais provável que elas tenham acesso a teorias alternativas de criação do mundo, por exemplo", afirma Wells.
Ora, note-se que acredito numa força superior, não sendo este o foro adequado para discutir o seu grau de divindade, e que troco algumas palavras com o Cosmos, não até somente em caso de aflição mas com alguma regularidade, mas esta "força" não chega para acreditar que me podem impor comportamentos argumentando apenas que é assim que Deus quer, porque havendo uma força divina a primeira coisa que estou em crer que quer para todos é a liberdade de pensamento. Porque sermos livre pensadores foi, a haver tal força, a maior benção que nos deu. E essa é uma liberdade de contestação, de indagação. O que faz com que, em qualquer fase da vida, estejamos sempre na idade dos porquês.