Tutankhamon foi faraó dos 9 anos até aos 19. Em 2005, uma tomografia computorizada à múmia identificou uma lesão na base do crânio que lançou a suspeita de que o jovem rei possa ter sido assassinado. As autoridades do Egipto divulgaram recentemente dados importantes sobre a família e filiação de Tutankhamon, com a ajuda de análises ao ADN. Os resultados das análises genéticas publicados no Journal of the American Medical Association concluiram que sofria de osteonecrose e que a causa da morte, aos 19 anos, foi malária. Supunha-se que o pai era Akhenaton, mas a identidade da mãe era um mistério, Nefertiti, a Grande Esposa Real de Akhenaton ou outra mulher de Akhenaton, Kia. O egiptólogo Luís Manuel de Araújo, do Instituto Oriental da Faculdade de Letras de Lisboa, afirma ser pouco provável que Nefertiti fosse a mãe de Tutankhamon. “Se fosse ela, o jovem príncipe estaria representado nas imagens que bem conhecemos da família real, onde apenas figuram Akhenaton, Nefertiti e as seis filhas do casal. No caso de eles terem tido um filho, sem dúvida que ele figuraria com grande destaque nas imagens.” As conclusões do estudo apontam para que Tutankhamon seja filho de uma múmia não identificada conhecida pelo código KV35YL e à qual chamam Jovem Dama, filha de Amenhotep III e da mulher deste, a rainha Tiy, pais de Akhenaton. A hipótese pode explicar a sua saúde débil. Luís Manuel de Araújo afirma que se acredita que “os dois jovens herdeiros de Akhenaton que vieram a reinar no Egipto entre cerca de 1335 e 1325, Tutankhamon e Ankhesenamon, seriam meios-irmãos: ele filho de Akhenaton e da dama Kia [hipótese não confirmada], ela filha de Akhenaton e de Nefertiti”. Consanguinidade que justificaria os dois fetos encontrados no túmulo de Tutankhamon – os dois meios-irmãos não terão conseguido gerar descendência. Um mistério por explicar, ainda! Como tudo na misteriosa e fascinante terra da egiptologia.