quinta-feira, 11 de março de 2010

Partidos, Palhaços e P....! Crónicas de dois malandros!

Aqui há uns tempos, Medina Carreira dizia que os partidos políticos eram casas de p... Pires de Lima, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, dizia que o ministro dos Assuntos Parlamentares Santos Silva tinha feito «figura de palhaço» ao defender o primeiro-ministro no caso Freeport, ao que um comentador acrescia que "os partidos são casas de mulheres de má vida... " (In Verbis). Os últimos tempos têm transmitido esta imagem de pouca-vergonha e desabono que me lembrei de traçar uns rabiscos a partir de um artigo do "Aspirina B não mata mas alivia http://aspirinab.com/valupi/la-grande-bouffe", em que o autor descreve de forma clarividente as atitudes de José Manuel Fernandes e de Mário Crespo que, a coberto da faculdade reconhecida aos jornalistas de dizerem umas quantas coisas (independentemente da credibilidade das fontes e da veracidade das informações), saem a terreno numa ensalgada de eufemismos mais ou menos rebuscados, mas todos igualmente ofensivos, que mais não visam do que insultar um Primeiro-Ministro que foi democraticamente eleito pelo Povo (a que, talvez fosse lembrar-lhes, ainda e também pertencem) com aquilo que já qualifiquei de "esquizofrenia", mas que outros (provavelmente mais soft) chamam de "maníaca persistência". É claro que se estranha que estes dois jornalistas "com décadas de prática e acesso a poderosos meios de comunicação com poderosos recursos para investigar o que lhes der na telha" e que se comportam como se tivessem descoberto a pólvora, se limitem a atirar tiros secos para o ar, e que, até hoje nada tenham apresentado ao "povo" que confira o menor grau de credibilidade às suas acusações intrépidas e vorazes. Foram atitudes que, primeiro, se estranharam, e, depois, se entranharam. Evidentemente que se desconhecem as verdadeiras razões que levaram a tais ódios "de morte", mas a incoerência dos discursos feitos perante a Comissão de Ética, se houvesse o mínimo espírito crítico por parte de quem lhes deu ouvidos, justificaria para que mais ninguém lhes dispensasse um segundo de atenção que fosse. O Zé Manel subiu ao pódio elevado pela Comissão para trocar uns momentos de risota, sendo que a anedota que ficará nos anais dos diários do inquérito é aquela em que se pôs a lançar bitates sobre a SONAE afirmando que esta perdera o mais importante negócio da sua história apenas para defender o incompetente director de um projecto deontológica e financeiramente ruinoso, e aqueloutra acerca da recuperação dos métodos de Brejnev contra os dissidentes, sobre os quais nos escusamos de tecer maiores comentários porque disso já Pacheco Pereira se encarregou. Na proporção maior de quem exige palcos de dimensão mais alargada, o Mário Crespo tomou a peito o seu papel circense e armou a tenda na alcatifa escarlate da sala. Curiosamente, nunca vira um chão tão vermelho, cheio de bispos laranjas, até porque a relva onde, por regra, se instalam as tendas de circo, é verde. Foi um "colosso de egolatria e devassa", a que acrescento um colosso/colapso. Foi lamentável a forma como se exibiu a distribuir um considerável conjunto de fotocópias pelos presentes tratando os espectadores (os deputados inquiridores) como se fossem alunos caloiros e precisassem de ser encharcados de informação escrita para formularem juízos de valor, finalmente como se soubesse que através dos seus esclarecimentos orais, falados e presentes, os pobres não "alcançariam" as extraordinárias conclusões a que chegou na solidão da sua psicótica malapata. Usou aquele tempo de antena como se fosse o último espaço de intervenção para elucidar aquele aglomerado de coitados pobre e mal esclarecidos das verdades absolutas que lhe foram revelados entre uma e outra queimadela de fusível. Houve quem achasse que "O número da camisola revela um inimputável a desafiar a dignidade de um concidadão que, paradoxalmente, está limitado pelo poder que representa. Mas foi o número de caixeiro-viajante que me fez bater palmas frenético. O cabrão teve o descaramento de sacar do seu livro e fazer a promoção do mesmo no meio de uma comissão parlamentar aonde foi chamado a prestar declarações acerca da liberdade de expressão e de imprensa. Isto foi feito com voz chorosa e rosto compungido, uma manipulação emocional só ao alcance dos actores profissionais e dos grandes bufões." Claro que eu também era capaz de o dizer, mas dito por um gajo tem outra pinta! Por isso é que cada vez mais gosto de conviver com gajos! A maneira desempoeirada como dizem e opinam é louvável. Que se lixe a hipocrisia-panaceia! Tratar estes tipos que fazem de uma comissão de inquérito uma arena romana, que se armam em gladiadores quando são eles os leões famintos de sangue, como se fossem damas manchadas na sua honra, é, definitivamente, dar pérolas a porcos!
O bloguista segue na apreciação daqueles miseráveis, sobre os quais Victor Hugo escreveria uns quantos dois ou três volumes, aquelas "duas figurinhas da baixa política", cujo único elo é a "cultura de calúnia, é a megalomania". Cada uma escarnizou dos inquiridores como se fossem pobres patetas e esperasse deles o deslumbramento que a sua perfomance merecia, no seu pobre entender. Os dois não tiveram qualquer pudor em desprezar "os políticos que conhecem de formas tão promíscuas, e de tantos carnavais. Eles têm décadas de frequência dos bastidores do Poder, décadas em que chafurdaram nos segredos de alcova das elites que lhes pedem favores ou contas. Em resultado de tão longa exposição ao ecossistema dos privilegiados, ficaram intoxicados de cinismo, despeito, velhacaria. São ogres, literalmente."
Tão bem dito que me limito a subscrever. Até porque dito por um gajo tem muito mais graça. Enfim, a Crónica de dois (bons) malandros!