Os prazos de investigação para os crimes económico-financeiros vão ser alargados de um para 3 anos. Uma boa medida, sem dúvida. Para já, arranca, em Maio, uma unidade de investigação criminal da PJ constituída por 10 superpolícias, vocacionada para a investigação da criminalidade financeira (‘offshores’, imóveis e carros, e tudo o mais que sirva para lavagem de dinheiro). Uma estrutura específica só para investigar os investimentos financeiros de grupos ou indivíduos com ligações criminosas. Os “suspeitos são detidos, são condenados, cumprem pena, mas como é muito difícil seguir os percursos financeiros ou as aplicações dos lucros das actividades criminosas”, acontece que “uma vez cumprida a pena e já em liberdade, o criminoso poder voltar a usufruir desses bens conseguidos ilicitamente”. O director nacional da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, abordou o assunto na tomada de posse do novo director da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, Joaquim Pereira, e só aguarda a conclusão do novo curso de inspectores para pôr em operação esta nova estrutura de investigação. Falta definir a dependência funcional da equipa, que, para já, terá até 10 elementos altamente especializados, e que ficará integrada ou da Unidade Nacional de Combate à Corrupção ou da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, mas a equipa será deslocada em apoio de qualquer inquérito que envolva a investigação dos bens do suspeito. SECTOR IMOBILIÁRIO - uma das zonas mais sensíveis ao investimento por redes criminosas transnacionais ou não, com investimentos provindos de casos ligados a corrupção, de tráfico de droga e armas e auxílio à imigração ilegal. OFFSHORES - uma área ideial para a lavagem do dinheiro. TRÁFICO DE DROGA - onde têm surgido mais ligações transnacionais. IMIGRAÇÃO ILEGAL - as redes estão activas e uma das áreas que mais preocupam as autoridades são os casamentos por conveniência.
Já que a maioria do crime em Portugal está ligado a outros países, com criminosos e redes organizadas cada vez mais apetrechadas a explorarem uma população deprimida pela crise económica, a colaboração entre polícias europeias é essencial para as travar. A Europol coordena as polícias europeias na investigação a + de 10 000 casos/ano de crimes praticados por redes criminosas internacionais, por vezes com operações simultâneas em 20 países, recorrendo a + de 700 peritos. Sem dúvida um passo importante para acabar com a situação que leva a que os condenados por estes tipos de crimes possam continuar a usufruir de bens adquiridos por uma via ilícita.