Em Portugal, reunem-se os mais antigos no Grande Oriente Lusitano Unido. Nasceu em 1986 a Grande Loja de Portugal e 5 anos depois surgiu a Grande Loja Regular de Portugal, sob a égide da Grande Loja Nacional Francesa. Em Dezembro de 1996, com o «assalto à Casa do Sino», sede da GLRP, ocorreu outra cisão, que dividiu a maçonaria regular portuguesa em Grande Loja Legal de Portugal/GLRP (GLLP-GLRP) e a GLRP. Da GLRP saíram ainda um conjunto de Lojas e de membros que, em 2000, fundaram a Grande Loja Nacional Portuguesa (obediência regular), que bebeu as suas fontes da Grande Loja de York (1705) – a Grande Loja Mãe da Maçonaria no mundo – e da regularidade continental. A Grande Loja Feminina de França criou a Grande Loja Feminina de Portugal em 1997. Em 2004, a Grande Loja Legal de Portugal/GLRP sofreu uma cisão que constituiu a Grande Loja Tradicional Portugal. Contavam-me que reuniam no Palácio dos Condes de Vinhais, em Mirandela, um magnífico edifício do século XIX. Um quarteirão perfeito à medida. Albergou um hospital e uma escola secundária. Hoje, seguindo o caminho de outrora, trata de almas e ensina aprendizes a serem companheiros e estes a serem mestres. Acolhe a sede administrativa da GLNP, os gabinetes do Grão Mestre e dos Grandes Oficiais da GLNP, uma capela interior do século XIX e algumas salas com arte maçónica. O museu maçónico será aberto ao público com raros e lindíssimos objectos do século XVIII, XIX, XX e do século XXI, e espero visitá-lo. Noutra ala, está a sede do Supremo Conselho de Portugal do Rito Escocês Antigo e Aceite. É constituído por outros quantos Templos. Ali funciona a Grande Loja. O grão-mestre Álvaro Carva foi anfitrião do IV Encontro de Lideranças Maçónicas, que juntou líderes das três estruturas da maçonaria regular tradicional portuguesa: a GLNP, a Grande Loja Unida de Portugal e o Supremo Conselho de Portugal para o Rito Escocês Antigo e Aceite. Aconteceu este fim-de-semana no Praia Mar, em Carcavelos. Fui convidada, e compareci, juntamente com Joffre Justino, ambos de entre os fundadores da Academia de Estudos Laicos e Republicanos. Confesso que me surpreendeu a abertura, a fraternidade, o reconhecimento da igualdade, aquela liberdade de pensamento e de actuação. Como mulher, conheço a relutância de alguns I:. em aceitar I:., no feminino. Foi notória a amabilidade, a gentileza dos I:. da GLNP. Agradeço a Álvaro Carva, sinceramente. Gostei muito do seu livro "Ensaios sobre a Maçonaria", recomendo-o. Mas fiquei sobretudo sensibilizada com as suas palavras. Percebi-lhes sinceridade. Antevi-lhes irmandade. Senti-lhes cumplicidade. Dá-me ideia que partilha da mesma ideia: Maçons são todos os iniciados, independentemente de ramo, escola, rito. E agradeço muito o seu coração aberto. E quero dizer-lhes que contem com o meu. Sempre e incondicionalmente.