segunda-feira, 22 de março de 2010

Madeira: A adversidade fez-se amizade: Socrates e Alberto João!

"Na adversidade se conhecem os amigos", "A adversidade faz heróis", "A adversidade descobre as virtudes". A palavra-chave para superar a adversidade e descobrir a amizade (o coração de Alberto João Jardim) foi a de sempre: Madeira. Socrates e JJ esqueceram antagonismos e uniram-se em prol de um bem comum. A Madeira. Não duvido da sinceridade de nenhum deles e muito menos ponho em causa a sua inteligência política. PM, MF e PGR reuniram, com JS a anunciar que apresentará ao Parlamento uma "lei extraordinária" que substituirá os "efeitos financeiros" da Lei das Finanças Regionais durante o período da reconstrução de até 3 anos. O Governo vai apresentar à votação, até Abril, um conjunto de legislação específica e especial. "Uma lei extraordinária, porque o apoio que a Região Autónoma da Madeira precisa é também extraordinário", afirmou o PM. A solução encontrada prevê a constituição de uma comissão paritária mista que irá avaliar os estragos e os meios financeiros necessários. Além do Governo da República, Bruxelas também deverá avançar com apoios e o Banco Europeu de Investimentos vai conceder um empréstimo de €245 milhões. A Lei das Finanças Regionais já foi aprovada em votação final no Parlamento e seguirá em breve para promulgação pelo PR. O impacte financeiro da lei, de acordo com a estimativa da Unidade Técnica de Apoio Orçamental seria, este ano, de 74,6 milhões para a Madeira. Se a lei for promulgada em Belém, esse impacte ficará suspenso nos próximos 3 anos, em que vigorará aquela lei extraordinária.
O exemplo de AJJ e de JS é uma lufada de ar fresco no mofo da cretinice política. AJJ confessa estar a viver um «novo clima» no relacionamento com o PM e admite vir a ser um «aliado» de JS. O homem sobre o qual Pedro Passos Coelho disse, em Mafra, "Não é só o senhor que sabe perdoar ao engenheiro Sócrates, eu também sei perdoar e também espero que saiba perdoar", perdoou. Não a PPC, mas a JS. AJJ diz que «Naquilo que eu vir que é justo, serei aliado de Sócrates, nem que seja contra o PSD. Naquilo que for justo». Consta que a aproximação entre o presidente do Governo Regional da Madeira e o PM tem-se aproximado do primeiro-ministro desde a tragédia do dia 20 de Fevereiro. «Eu fiquei surpreendido, pela positiva, na medida em que isto demonstra que o problema não era entre José Sócrates e a Região Autónoma da Madeira, o problema era de quem envenenou o primeiro-ministro para tomar determinadas atitudes, que hoje se vê que não estavam certas», afirmou. Jardim referiu que não quer nenhuma «guerra» com o Governo da República: «E muito menos as vou fazer por causa deste PSD.»
Aconteceu que, por causa da tempestade, veio a bonança. Uma bonança que pode vir a custar muitas laranjas ao PSD e levar mais rosas para a Madeira.