Recomendam-se para cultivar ócio de domingo.
"Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa dos Séc. XIII ao Séc. XXI", um trabalho de selecção, organização, introdução e notas de Jorge Reis-Sá e Rui Lage. O mais completo documento do género editado entre nós. + de 2000 com + de 300 escritores, começando em Pai Soares de Taveirós (da Galiza, da primeira metade do século XIII), até Pedro Mexia, com um poema de 2007, integrado no livro "Senhor Fantasma". A invocar o sentido trágico do sentir português, o último - curto - poema de uma antologia desta dimensão intitula-se "Vamos Morrer": "vamos morrer, mas somos sensatos,/ e à noite, debaixo da cama,/ deixamos, simétricos e exactos,/ o medo e os sapatos." Contrariando a linha de antologias e tirando partido da dimensão do projecto, é uma obra de consulta e fruição que é um documento para a História da Literatura.
A lembrar os dias do colonialismo português, nem sempre com as imagens edílicas, também com as que desassossegam a consciência colectiva. "Caderno de Memórias Coloniais", de Isabel Figueiredo. Curtos textos, nascidos no blogue Mundo Perfeito, que falam da experiência em África, do racismo praticado pelo pai, do sentimento de ódio que isso lhe recalcou, da descoberta da sexualidade ou do sentimento de se sentir num "mundo de ninguém" ao entrar em Portugal. A linguagem é crua, sem subterfúgios para descrever os dias de então: "o negro estava abaixo de tudo. Não tinha direitos. Teria o de caridade, se o merecesse". O pai, electricista, procedia aos pagamentos no fim-de-semana, impondo o medo e a humilhação: "o meu pai tinha o condão de transformar os finais dourados das tardes de sábado num poço escuro de medo e raiva". Isabel levou anos até escrever o que a atormentava; até assumir esta catarse. "Precisamos de tempo para compreender. Para matar. Para poder olhá-los de novo na cara com o mesmo amor. Para perdoar." E só o fez depois da morte do pai. "Um livro que é um murro no estômago".
Um conjunto de pequenos ensaios sobre arte e artistas. Nikias Skapinakis, Júlio Pomar, José Rodrigues, Siza Vieira, Augustina Bessa-Luís ou Paula Rego dão corpo a uma geografia estética de Graça Moura, sinalizada pelo afecto e pelo intelecto. "Diálogo com (Algumas) Imagens".
A lembrar os dias do colonialismo português, nem sempre com as imagens edílicas, também com as que desassossegam a consciência colectiva. "Caderno de Memórias Coloniais", de Isabel Figueiredo. Curtos textos, nascidos no blogue Mundo Perfeito, que falam da experiência em África, do racismo praticado pelo pai, do sentimento de ódio que isso lhe recalcou, da descoberta da sexualidade ou do sentimento de se sentir num "mundo de ninguém" ao entrar em Portugal. A linguagem é crua, sem subterfúgios para descrever os dias de então: "o negro estava abaixo de tudo. Não tinha direitos. Teria o de caridade, se o merecesse". O pai, electricista, procedia aos pagamentos no fim-de-semana, impondo o medo e a humilhação: "o meu pai tinha o condão de transformar os finais dourados das tardes de sábado num poço escuro de medo e raiva". Isabel levou anos até escrever o que a atormentava; até assumir esta catarse. "Precisamos de tempo para compreender. Para matar. Para poder olhá-los de novo na cara com o mesmo amor. Para perdoar." E só o fez depois da morte do pai. "Um livro que é um murro no estômago".
Um conjunto de pequenos ensaios sobre arte e artistas. Nikias Skapinakis, Júlio Pomar, José Rodrigues, Siza Vieira, Augustina Bessa-Luís ou Paula Rego dão corpo a uma geografia estética de Graça Moura, sinalizada pelo afecto e pelo intelecto. "Diálogo com (Algumas) Imagens".
De George Smiley, o anti-herói confuso e sofisticado criado por Carré, que nos dá a sua perspectiva de um crime político, com uma narrativa a partir do assassinato a tiro de um velho conhecido e uma mulher a quem prometeram o regresso da filha. "A Gente de Smiley".
Testemunhos de Mário Soares, Júlio Pomar, Eduardo Lourenço, Manoel de Oliveira, Carlos do Carmo e Ruy de Carvalho. Um livro de entrevistas com debates vivos sobre os tempos de hoje e o modo como os vivemos. O projecto nasceu das tertúlias (com o mesmo nome) que o autor organizou em 2009 no Café Martinho da Arcada, em Lisboa. "Rostos da Portugalidade".