quarta-feira, 21 de abril de 2010

José Mário Branco: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades...



José Mário Branco, músico, compositor e cantor, nasceu no Porto em 1942. Estudou História na Faculdade de Letras de Coimbra, e aos 21 anos vai para o exílio em França, onde permanecerá até ao 25 de Abril de 1974.
Em Paris, desenvolve intensa actividade em grupos culturais, participando em vários espectáculos para emigrantes portugueses. Em 1967, lança o seu primeiro com um E.P. intitulado " Seis Cantigas de Amigo ".
Durante o seu exílio na França de durou do ano de 1963 à 1974, produziu "Mudam-se os ventos mudam-se as vontades"iueste belíssimo e inspirado disco. Mais específicamente no ano de 1971. Soa como uma mistura de música medieval com fado, toques de música concreta e blues.
Filho de professores primários, cresceu no Porto e frequentou o curso de História, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que não concluiu.
Expoente da música de intervenção portuguesa (música de protesto), iniciou a sua carreira durante o Estado Novo, tendo sido perseguído e exilado. Com ele trabalharam José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto e Camané, entre outros, com os quais participou em concertos ou em álbuns editados como cantautor e/ou como responsável pelos arranjos musicais. Igualmente compôs e cantou para o teatro, o cinema e a televisão.
Em 1974 fundou o GAC - Grupo de Acção Cultural com o qual gravou dois álbuns: A cantiga é uma arma (G.A.C) (1976) Pois canté! (G.A.C.) (1977)
Entre música de intervenção, fado e outras, são obras suas famosas os discos Ser Solidário, Margem de Certa Maneira, A noite e o emblemático FMI, obra síntese do movimento revolucionário português com seus sonhos e desencantos. Esta última foi pelo próprio proibida de passar em quaisquer rádio, TV ou outro tipo de exibição pública. Não obstante este fato, FMI será, provavelmente, a sua obra mais conhecida.
O seu álbum mais recente, lançado em 2004, intitula-se Resistir é Vencer em homenagem ao povo timorense que resistiu durante décadas à ocupação pelas forças da Indonésia logo após o 25 de Abril. O ideário socialista está expresso em muitas das suas letras.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades. O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto. E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía."