sábado, 17 de abril de 2010

Manuel Alegre: Uma livrança da Liberdade em Belém!


«Sejamos realistas exijamos o impossível» Depois pode vir o exército a polícia as forças todas do número e da norma podem cercar-nos por todos os lados, intimar-nos com fogo ou pior ainda: horários disciplina regras e obrigações. Manuel Alegre, Che
Diz o Apocalipse: “Sede frios ou sede quentes porque eu vomitarei os mornos”.
Não gosto de políticos a titubear entre o politicamente correcto e o politicamente conveniente. Não gosto de políticos que temem o fantasma da antítese do politicamente correcto. Não gosto de políticos que se verguem ao que é possível. Não gosto de políticos que não vêm a diferença entre a esquerda e a direita.
Mas gosto de gente corajosa e insubmissa. Dos que temperam os actos com a força da cavalaria da língua portuguesa. E também gosto de espíritos democráticos, discípulos ferverosos da liberdade.
Por isso, o silêncio do PS sobre a candidatura do Manuel Alegre tornou-se ensurdecedor. Não posso acreditar que isto se deva a ter estado - numa específica conjuntura - contra o partido. Se esteve, foi porque a consciência lho impunha. Porque se mantém vigilante da liberdade e da democracia e porque eleva a sua voz sempre que o coração lho ordena. Porque é um resistente das censuras, sejam elas azuis ou vermelhas, contra os despotismos de direita e de esquerda. Porque não se limita à oposição muda e prefere fazer-se bandeira de protesto. Porque acredita que “político” e “sério” não constitui um oxímoro e que a política exige a arte de mudar o mundo para melhor. Porque luta pelo sonho de uma sociedade mais livre, mais justa e mais fraterna ainda que em tempos de adversidade.
Que problema tem que se queira trocar a certeza dos números e a métrica da matemática e da economia por um cidadão com uma própria história de vida que faz parte da História de todos nós? Que defeito tem que se queira um Presidente da República que esgrima a língua mal-tratada do meu País como uma Excalibur e se faça Artur? Quero ser mais um cavaleiro da sua Távola Redonda.
Quem me lança a primeira pedra por estar saturada de discursos cheios de mofo feitos das palavras dos outros? Por ter um Presidente que a pretexto do crescimento económico descura as desigualdades? Porque não tenho o direito a ter um Presidente que entende que “A melhor distribuição da riqueza é uma pré-condição para o desenvolvimento”?
Oscar Wilde disse que um mapa que não contemplasse a Utopia não era digno de um só olhar. Quero que o meu País traçe para si uma geografia da Utopia. Que redescubra a sua massa atlântida. Que acredite na língua portuguesa como a Pátria de todos nós. Impõe-me a razão que oiça o coração. E ele diz-me que o próximo Presidente do meu País deve ser Manuel Alegre. Sinto que se votar nele saberei sempre que nos cofres de Belém tenho uma livrança da Liberdade. E isso basta-me!!!