A acção militar no 5 de Outubro e a queda da monarquia
Nas últimas décadas do século XIX sentia-se, por todo o País, o descontentamento da população. A maioria do povo português continuava a viver com grandes dificuldades.
Aqueles que já antes eram pobres - operários, agricultores e outros trabalhadores rurais - estavam cada vez mais pobres, e só os que já eram muito ricos conseguiam aumentar a sua fortuna. Esta situação provocava grande agitação e mal-estar. Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar as condições de vida da população. E, em 1876, formou-se um novo partido, chamado "partido republicano".
Os republicanos achavam que à frente do País não devia estar um rei, o qual nem sempre tinha as capacidades necessárias para o cargo, mas sim um presidente eleito pelos Portugueses e que governasse só durante alguns anos. Consideravam, portanto, que a forma de governo do País tinha de ser alterada. A monarquia devia ser substituída por uma república.
Em 14 de Janeiro de 1890, o "Partido Republicano Português" organizou uma grande manifestação em Lisboa, acusando o rei D. Carlos e o Governo de terem traído os interesses dos Portugueses em África. As hostilidades contra o regime monárquico e a propaganda das ideias republicanas nos jornais e revistas foram crescendo. Em 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no Porto, a primeira revolta armada contra a monarquia. A revolta teve apoio de alguns militares e de muitos populares. Porém, a guarda municipal, fiel à monarquia, venceu os revoltosos. O número de mortos foi grande. A agitação política e as manifestações populares contra a monarquia não terminaram. Aumentaram ainda mais durante o governo chefiado por João Franco.
No dia 1 de Fevereiro de 1908, em Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São mortos o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe I. Com a morte de D. Carlos e do príncipe herdeiro, foi aclamado rei D. Manuel II, que tinha apenas 18 anos. O novo rei procurou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas mesmo assim não conseguiu que os republicanos desistissem de acabar com a monarquia em Portugal.
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. Foi a primeira grande revolução portuguesa do século xx. O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: - membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados. Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos. A revolução saiu vitoriosa.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República. (continua)
Nas últimas décadas do século XIX sentia-se, por todo o País, o descontentamento da população. A maioria do povo português continuava a viver com grandes dificuldades.
Aqueles que já antes eram pobres - operários, agricultores e outros trabalhadores rurais - estavam cada vez mais pobres, e só os que já eram muito ricos conseguiam aumentar a sua fortuna. Esta situação provocava grande agitação e mal-estar. Os sucessivos governos da monarquia liberal mostraram-se incapazes de melhorar as condições de vida da população. E, em 1876, formou-se um novo partido, chamado "partido republicano".
Os republicanos achavam que à frente do País não devia estar um rei, o qual nem sempre tinha as capacidades necessárias para o cargo, mas sim um presidente eleito pelos Portugueses e que governasse só durante alguns anos. Consideravam, portanto, que a forma de governo do País tinha de ser alterada. A monarquia devia ser substituída por uma república.
Em 14 de Janeiro de 1890, o "Partido Republicano Português" organizou uma grande manifestação em Lisboa, acusando o rei D. Carlos e o Governo de terem traído os interesses dos Portugueses em África. As hostilidades contra o regime monárquico e a propaganda das ideias republicanas nos jornais e revistas foram crescendo. Em 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no Porto, a primeira revolta armada contra a monarquia. A revolta teve apoio de alguns militares e de muitos populares. Porém, a guarda municipal, fiel à monarquia, venceu os revoltosos. O número de mortos foi grande. A agitação política e as manifestações populares contra a monarquia não terminaram. Aumentaram ainda mais durante o governo chefiado por João Franco.
No dia 1 de Fevereiro de 1908, em Lisboa, dá-se um atentado contra a família real. São mortos o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe I. Com a morte de D. Carlos e do príncipe herdeiro, foi aclamado rei D. Manuel II, que tinha apenas 18 anos. O novo rei procurou o apoio de todos os partidos monárquicos, mas mesmo assim não conseguiu que os republicanos desistissem de acabar com a monarquia em Portugal.
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. Foi a primeira grande revolução portuguesa do século xx. O movimento revolucionário partiu de pequenos grupos de conspiradores: - membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis e grande número de populares armados. Apesar de alguma resistência e alguns confrontos militares, o exército fiel à monarquia não conseguiu organizar-se de modo a derrotar os revoltosos. A revolução saiu vitoriosa.
Na manhã de 5 de Outubro de 1910, José Relvas e outros membros do Directório do Partido Republicano Português, à varanda da Câmara Municipal de Lisboa e perante milhares de pessoas, proclamaram a República. (continua)