A D. Maria atribui-se, historicamente, a frase, pronunciada durante as horas amargas da Guerra Civil da Patuleia, “um trono!… Triste herança deixo ao meu Pedro!…”. No rigor dos fatos, a verdade é que o trono que a rainha deixou ao filho e herdeiro estava bem mais consolidado do que aquele que ela ocupara, num período único da história de Portugal – o do “reinado da frase e do tiro”, na célebre expressão de Oliveira Martins.
D. Maria II morreu a 15 de Novembro de 1853, devido a complicações surgidas ao dar à luz o seu 11.º filho. Tinha 34 anos. A iconografia e os testemunhos mais chegados permitem vislumbrar, nos últimos momentos, uma mulher com a saúde gasta, excessivamente obesa e com múltiplas dificuldades respiratórias, sem a beleza juvenil dos primeiros tempos – mas sempre altiva, determinada e consciente do seu lugar e das suas obrigações. A maioria dos retratos psicológicos e políticos da rainha que chegaram até nós lembram-na como uma mulher de génio imperioso e autoritário, de vontade forte e avessa a imposições, impulsiva, orgulhosa, decidida, por vezes até arrogante no trato, tão afincada às prerrogativas reais quanto – por contraste entre o público e o privado – afável, carinhosa e educadora em relação à sua numerosa prole. A pequena rapariga que, aos 15 anos, órfã de pai e mãe, for aatirada pelas circunstâncias para a excepcional situação de rainha de Portugal era, afinal, uma princesa em cujas veias corria o sangue combinado dos Braganças, dos Bourbons e dos Habsburgos. Talvez por isso se conte que D. Fernando, com um misto de carinho e crítica, cunhou para a mulher a alcunha, significativa, de “trabuco”!
Avisada, aquando do nascimento do Infante D. Leopoldo, em Maio de 1849, da sua saúde frágil, e do risco que significavam os seus sucessivos e pouco espaçados partos, parece que respondeu “se morrer, morro no meu posto”. Assim foi. No mesmo dia do falecimento de D. Maria, o rei D. Fernando prestou juramento como regente perante o Conselho de Estado – repetindo o gesto, algumas semanas volvidas, perante as Cortes. A 19 de Novembro de 1853, por entre um impressionante cortejo fúnebre, repleto de veteranos da Guerra Civil e de antigos emigrados, o cadáver da rainha foi conduzido do Palácio das Necessidades para S. Vicente de Fora, em cujo Panteão ficou sepultado. Em Setembro de 1855, ao cabo de um biénio de regência pacífico, o Príncipe D. Pedro foi finalmente jurado e aclamado rei de Portugal, ao completar 18 anos de idade.
D. Maria II morreu a 15 de Novembro de 1853, devido a complicações surgidas ao dar à luz o seu 11.º filho. Tinha 34 anos. A iconografia e os testemunhos mais chegados permitem vislumbrar, nos últimos momentos, uma mulher com a saúde gasta, excessivamente obesa e com múltiplas dificuldades respiratórias, sem a beleza juvenil dos primeiros tempos – mas sempre altiva, determinada e consciente do seu lugar e das suas obrigações. A maioria dos retratos psicológicos e políticos da rainha que chegaram até nós lembram-na como uma mulher de génio imperioso e autoritário, de vontade forte e avessa a imposições, impulsiva, orgulhosa, decidida, por vezes até arrogante no trato, tão afincada às prerrogativas reais quanto – por contraste entre o público e o privado – afável, carinhosa e educadora em relação à sua numerosa prole. A pequena rapariga que, aos 15 anos, órfã de pai e mãe, for aatirada pelas circunstâncias para a excepcional situação de rainha de Portugal era, afinal, uma princesa em cujas veias corria o sangue combinado dos Braganças, dos Bourbons e dos Habsburgos. Talvez por isso se conte que D. Fernando, com um misto de carinho e crítica, cunhou para a mulher a alcunha, significativa, de “trabuco”!
Avisada, aquando do nascimento do Infante D. Leopoldo, em Maio de 1849, da sua saúde frágil, e do risco que significavam os seus sucessivos e pouco espaçados partos, parece que respondeu “se morrer, morro no meu posto”. Assim foi. No mesmo dia do falecimento de D. Maria, o rei D. Fernando prestou juramento como regente perante o Conselho de Estado – repetindo o gesto, algumas semanas volvidas, perante as Cortes. A 19 de Novembro de 1853, por entre um impressionante cortejo fúnebre, repleto de veteranos da Guerra Civil e de antigos emigrados, o cadáver da rainha foi conduzido do Palácio das Necessidades para S. Vicente de Fora, em cujo Panteão ficou sepultado. Em Setembro de 1855, ao cabo de um biénio de regência pacífico, o Príncipe D. Pedro foi finalmente jurado e aclamado rei de Portugal, ao completar 18 anos de idade.
Nenhuma outra mulher voltou a ocupar a chefia do Estado português.