A medicina oferece tratamentos aos pedófilos e a quem abusa de crianças, mas reconhece que estes não têm eficácia garantida, quando muito, ajudam a diminuir a reincidência.
A Organização Mundial de Saúde define a pedofilia como um desvio da sexualidade caracterizado pela atracção de um adulto por crianças que ainda não atingiram a puberdade. Manuel Coutinho, do Instituto de Apoio à Crianças, salienta que nem todos os agressores sexuais de menores são pedófilos e que nem todos os pedófilos cometem crimes. " O que é criminalizado é o abuso sexual e não a doença, resume.No entanto, os pedófilos raramente procuram ajuda se não forem levados a isso. Só o fazem quando se sentem pressionados, ou pela família ou porque já foram identificados pelas autoridades. Não procuram tratamento porque têm consciência de que "é um dos crimes mais odiados pela população em geral e a população prisional" e porque "criam mecanismos de auto-ilusão", explica o sexólogo e psiquiatra Afonso de Albuquerque: "Os pedófilos constroem uma auto-imagem de pessoas que têm uma boa relação com as crianças." Muitos, mesmo depois de serem denunciados e punidos continuam a acreditar que estavam a fazer bem às crianças. "Sabemos muito pouco sobre estas perturbações", reconhece o sexólogo, antigo director do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos. Nem se sabe ao certo o porquê, apesar de existirem várias teorias. MC salienta que nem todas as crianças abusadas se tornam adultos abusadores, mas que muitos pedófilos foram vítimas de abuso sexual na infância. Uma teoria que, segundo AA, tem vindo a ser refutada porque a maior parte dos casos estudados revela que a percentagem de agressores que foram vítimas não é tão elevada como se pensava anteriormente. Mas há casos em que essa ligação parece evidente (como o de Carlos Silvino, "Bibi"), que é seguido por AA. O psiquiatra alerta para a importância dos percursos individuais e de outros factores, como um desenvolvimento sexual anómalo. "Há também teorias que defendem que o pedófilo já nasce assim", diz. "Não sabemos, é uma área ainda pouco estudada."
A Organização Mundial de Saúde define a pedofilia como um desvio da sexualidade caracterizado pela atracção de um adulto por crianças que ainda não atingiram a puberdade. Manuel Coutinho, do Instituto de Apoio à Crianças, salienta que nem todos os agressores sexuais de menores são pedófilos e que nem todos os pedófilos cometem crimes. " O que é criminalizado é o abuso sexual e não a doença, resume.No entanto, os pedófilos raramente procuram ajuda se não forem levados a isso. Só o fazem quando se sentem pressionados, ou pela família ou porque já foram identificados pelas autoridades. Não procuram tratamento porque têm consciência de que "é um dos crimes mais odiados pela população em geral e a população prisional" e porque "criam mecanismos de auto-ilusão", explica o sexólogo e psiquiatra Afonso de Albuquerque: "Os pedófilos constroem uma auto-imagem de pessoas que têm uma boa relação com as crianças." Muitos, mesmo depois de serem denunciados e punidos continuam a acreditar que estavam a fazer bem às crianças. "Sabemos muito pouco sobre estas perturbações", reconhece o sexólogo, antigo director do Serviço de Psicoterapia Comportamental do Hospital Júlio de Matos. Nem se sabe ao certo o porquê, apesar de existirem várias teorias. MC salienta que nem todas as crianças abusadas se tornam adultos abusadores, mas que muitos pedófilos foram vítimas de abuso sexual na infância. Uma teoria que, segundo AA, tem vindo a ser refutada porque a maior parte dos casos estudados revela que a percentagem de agressores que foram vítimas não é tão elevada como se pensava anteriormente. Mas há casos em que essa ligação parece evidente (como o de Carlos Silvino, "Bibi"), que é seguido por AA. O psiquiatra alerta para a importância dos percursos individuais e de outros factores, como um desenvolvimento sexual anómalo. "Há também teorias que defendem que o pedófilo já nasce assim", diz. "Não sabemos, é uma área ainda pouco estudada."
Apesar do conhecimento deficiente sobre o modo de funcionar desta perturbação, algum desenvolvimento tem havido em matéria de tratamentos. Como a administração de psicofármacos, dado que os antidepressivos actuam sobre os traços obsessivos da personalidade do pedófilo, ajudando a controlar a atracção anómala por crianças, que está presente na mente do pedófilo 24 horas por dia. Além da abordagem psicofarmacológica, há a castração química: a administração de hormonas que inibem a produção da hormona sexual masculina (a testosterona), e suprimem o desejo sexual. Na abordagem psicoterapêutica tenta-se mudar a preferência sexual por crianças, fazendo com que a pessoa compreenda o problema, o processo que a conduziu até ali, a diferença entre a sexualidade adulta e a infantil e que compreenda o dano infligido às crianças. O tratamento tem mais sucesso se as três intervenções forem utilizadas em conjunto. Os resultados medem-se pela taxa de reincidência. Em estudos em que se comparam dois grupos de presos, um com acompanhamento depois de sair da prisão e outro sem acesso a tratamentos, o segundo grupo registou uma taxa de reincidência superior. Quanto à eficácia dos tratamentos, o otimismo é menor: a psicoterapia e a psicofarmacologia podem ajudar na contenção social, mas que é quase impossível mudar a preferência sexual de um pedófilo. Pelo que os Estados devem desenvolver bases de dados confidenciais, para que as polícias nacionais e internacionais possam seguir os movimentos de pessoas com historial de agressões sexuais a crianças, e que as organizações que trabalham com crianças devem exigir o registo criminal dos trabalhadores.