Uma das interrogações sobre Napoleão mede, exactamente, 13 cm: media 1,57 ou 1,70 m? O que deu origem ao chamado "complexo de Napoleão". Tê-lo-ão Dmitry Medvedev - mede 1,57 m (- 10 cm que o seu antecessor, Vladimir Putin) e Kim Jong-il - mede entre 1,55 e 1,65 m? Bono Vox (U2), Prince? O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong II? O presidente francês Sarkozy Nicolas Sarkozy? Este último, ao que parece, tem-no. Consta que, após o casamento com Carla Bruni, que, com o seu 1,70 m mede + 5 cm do que o marido, Sarkozy passou a usar sapatos com tacão (alegadamente) de 7 cm (na Internet, entre os €2.000 e os €30.000). Ora, em qualquer dos casos, ser alto ou baixo nada tem a ver com a necessidade de agradar ao Outro. Mas, sim, com a necessidade de manter uma determinada aparência perante as audiências que lhes interessam. Não se descura a hipótese de Pedro Passos Coelho bater aos pontos Paulo Rangel, também, porque a diferença entre a imagem de um e a de outro - para além daquela "carinha" de PPC, claro! - se pauta por centímetros. Mas veja-se o caso de Luís Marques Mendes!
O cientista Simon Gelsthorpe, da Sociedade Britânica de Psicologia, num estudo publicado no "Journal of Evolution and Human Behaviour", afirma que os homens mais altos têm maior tendência a obter sucesso nas carreiras, ganhar salários mais altos e conquistar mais mulheres bonitas. Por acaso, quando era gaiata dava-me a estas ideias, hoje acho-as uma banalidade.
Pelo mundo fora, a moda dos amores entre mulheres altas e homens baixinhos tem pegado. Com Hollywood a ser pioneira. Tom Cruise, Kanye West e Mark Wahlberg assumiram a diferença e são a inveja dos seus pares.
Não sei se é uma experiência inédita, mas trabalhei com baixinhos que eram um colosso, como seres humanos, homens, amigos e técnicos. Todos assumiam de forma perfeitamente natural esta sua característica e, tendo sido a "imagem" de alguns deles, nunca se sentiram constrangidos por eu, do alto do meu 1,58 m, com tacões de uns 7 cm, pelo menos, "ficar" mais alta. Sempre acharam de uma enorme elegância os saltos altos que eu, no desacato da minha jovialidade, usava, e, quando usava as minhas sabrinas, ficavam mais ou menos desencatados, por ficar tão "baixinha". Como nas mulheres, o encanto e o élan vêm mais de dentro que de fora. Claro que respeito a necessidade de "parecer". Que compreendo que tenha a ver com uma certa imagem. Mas não recomendo. Napoleão foi uma personagem fascinante. E iludir-mo-nos com a ideia de que temos um diante de nós será igualmente fascinante. Estou induzida a crer que é uma questão fútil (e eu a julgar que as futilidades da aparência ficavam por nossa conta!). Afinal, são coisas de... homens.