segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A elegância do casal Obama e de ... Sócrates e MFL


Barack Obama é, definitivamente, no palco da política internacional, o Homem. O homem mais poderoso do mundo. E o homem mais elegante. Obama, de 47 anos, derrotou Brad Pitt e outros 3.000 nomes na pesquisa feita pela OnePull.com. Obama, é, pois, a sensação do momento. Aponta-se-lhe estilo, charme, e elegância. Dos fatos bem alinhados ao bom humor. Nos Estados Unidos fala-se mesmo em "obamamania". Ao lado está a primeira-dama, Michelle, citada como a celebridade política mais bem vestida de 2009 (segundo a revista francesa Elle).
O conceito de elegância tem sido dos mais transmutáveis dos últimos tempos. Os padrões seguem hoje "personalidades fortes, que brilham com estilos distintos". Em suma, estilos únicos. É bom saber que numa sociedade em tudo é, cada vez mais, normalizado e em que impera a mediania, ter um estilo único e uma personalidade forte ajuda.
Aliado ao estilo do estético, o casal Obama pediu emprestadas 47 obras de arte aos museus de Washington, a maioria de pintores contemporâneos norte-americanos, para decorar as paredes da Casa Branca. Entre os quadros escolhidos figuram sete telas de artistas negros (como Glenn Ligon, que explora os temas da política e da raça utilizando nas suas tela textos, néons e fotos). As obras foram pedidas a cinco museus, entre os quais figuram a National Gallery of Art e o museu da escultura Hirshhorn. O pintor William Johnson, do movimento de renovação da cultura afro-americana "Renascimento de Harlem", está representado por quatro cenas 'naif', assim como Alma Thomas, uma das primeiras mulheres pintoras afro-americanos, nome da pintura abstracta. Foram escolhidas várias peças de cerâmica ou de arte dos nativos americanos. George Catlin, o retratista dos costumes indígenas no século XIX tem um lugar de destaque na residência presidencial com uma dezena de quadros. Entre os mais clássicos, só um pôr do Sol (Sunset) melancólico de Winslow Homer e dois bronzes de bailarinas de Degas, enquanto os pintores abstractos Mark Rothko, Josef Albers, conceptuais como Edward Corbett e Jasper Johns, ou ainda da pop-art como Edward Ruscha estão bem representados. Do outro lado do Atlântico, para além de Degas, há naturezas mortas de Giorgio Morandi ao lado de uma impressão de Nice por Nicolas de Stael.
Bom gosto, é óbvio.
Mas o que mais me comove é que o casal Obama parece mesmo um ... casal. Daqueles que ultrapassam um contrato meramente societário, e conseguem ser unos a dois. É uma relação de evidente cumplicidade. Isto, para mim, é um casamento. E a provar que não estou errada está o facto de um casal, que congrega a unanimidade sobre um apurado estético, ter, igualmente, um notório carácter, a dois, romântico. Sem receios de parecer frágil, ou sequer fragilizado, com essa imagem. Na escolha entre os dois e para os dois, Michelle afirmou que “É bom ser bonito, mas a beleza é efémera e o que importa é o que se é como pessoa. Não podemos olhar para a conta bancária, ou ao cargo que a pessoa ocupa. Na hora de escolher o parceiro há que olhar para o coração e para a alma”. Parece tratar-se de um segredo, que, no caso, será um "segredo de Estado". A vida de um casal que reside na Casa Branca é tudo, menos privada. E está sujeita à pressão diária. Aos holofotes dos papparazi. Para além da agravante de ser “a primeira vez em tantos anos de casamento que vivemos sete dias por semana debaixo do mesmo tecto”, conta a primeira-dama. O que é de um enorme desgaste e de um grau de exposição extraordinariamente violento.
Mas, mesmo para quem não tinha apreço por Obama, este político denota um forte sentido de lider. Desde logo, elegeu o emprego como primeira prioridade do Governo para este ano. Disse Obama, «proponho que peguemos nos 30 mil milhões de dólares de lucros dos bancos de Wall Street e os utilizemos para ajudar os bancos de proximidade a fornecer às pequenas empresas o crédito de que têm necessidade para continuar à tona». Sem mais.
De seguida, Obama anuncia que espera poupar 1,9 biliões, aumentando os impostos aos mais ricos, mediante a actualização de tabelas de imposto (diz a Bloomberg). O norte-americano que ganhar mais de 200 mil dólares (€143 mil), ou o casal que ganhar 250 mil dólares (€179 mil) vão ver os rendimentos ser tributados com mão pesada: no primeiro caso a taxa é de 36% e no segundo de 39,6%.
Quer se goste quer não, Sócrates tem muito de parecido com este Homem em matéria de imagem. «Apesar de todas as manifestações, os portugueses respeitam este homem rigoroso, com fatos escuros Armani, gravata grená e cabelo grisalho, que não lhe tira estilo nenhum», assina Virgínia Lopez na lista do El Mundo, jornal conotado com a direita conservadora que se revela rendido ao «vizinho elegante» socialista. O primeiro-ministro é descrito como «jovem, dinâmico e seguro de si mesmo», apesar de o qualificar de "homem arrogante e irritadiço».
Foi dito que o PM tinha um caso com Fernanda Câncio. Apesar de contrariar muita gente, para mim, é uma mulher elegante. Até porque também tem, como Michelle Obama, um estilo único e uma personalidade forte (Quando se pronunciou a favor de Sócrates no seu blog (Jugular), no caso do Freeport teve um golpe de asa que foi comparado ao J'Accuse e citou Emile Zola, o que é de uma grande coragem). Falo da Fernanda porque me parece que, ao que consta, o romance acabou, tanto mais que, se consta ainda, que Sócrates está de novo apaixonado, desta vez por Maria Célia Tavares (à beira dos 50, que o PM terá conhecido na loja das Meias da R. Castilho, em frente à sua residência, onde esta exercia funções de «personal shopper» até Dezembro). As duas terão belezas diferentes, mas o que não se pode contestar é que são as duas mulheres fortes.
Resta dizer sobre Sócrates que, para igualar Obama, a imitar José Blanco, ministro espanhol do Fomento, e a seguir o exemplo de ilustres ricos alemães que lançaram uma petição pedindo ao Governo Alemão que taxe as pessoas mais ricas (com esta medida, calcula-se, que sejam angariados mais de €100 mil milhões, se os ricos pagarem mais 5% de impostos, durante 2 anos), também já pensou em aumentar os impostos aos mais ricos. O que desencadeou ataques cerrados pela presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, que se ergueu contra o que chamou de "uma quase perseguição social" dos ricos.
É um pensamento elevadíssimos e nobre desta protectora imparável dos ricos. Ora, esta senhora, cujo bom senso para afirmações políticas, proporcional à sua (des)elegância me abstenho de comentar, é um embaraço ao bom gosto. Pelo que sugiro o seguinte a JS: ofereça-lhe uma consulta de imagem feita nem mais nem menos que pela Maria Célia. Obama deu a mão a Hillary, num remate estratégico registável. Porque não faz JS o mesmo? É uma oportunidade única esta proximidade com a Maria Célia. Que pode permitir ao PM fazer muito pela cada vez mais caída e fraca oposição: oferecer a MFL o que todos os laranjas já tentaram, sem sucesso: uma aparência um nadinha mais "apresentável". Ou nem a Maria Célia conseguirá tanto?. Competirá à querida conseguir o milagre: devolver aos laranjas o brilho perdido. O que dificilmente farão em companhia de pessoa tão pouco afável e de elegância tão duvidosa. Já posta à prova com camada-sob-camada de make-up! E foi o que se viu! Mas com uma boa assessoria de imagem, MFL talvez pudesse apresentar um ar mais feliz, mais simpático, a atrair algum positivismo para o PSD. Eis, em suma, o que JS pode fazer pelo PSD: com um toque de Midas da Maria Célia transformar uma rã em princesa. Nós, por cá, não temos tamanha abnegação, porque, como Oscar Wilde "Os meus gostos são muito simples: prefiro o melhor de tudo".