sábado, 13 de fevereiro de 2010

Helena Justino: quando o Sol abraça a Terra

O Joffre Justino é um amigo querido. E nunca o vi fazer outra coisa senão abraçar boas causas. Uma das causas que abraça é a carreira artística da irmã, Helena. No site da EPAR, numa manifestão de humildade que só os homens de bem conseguem ter, o JJ dá o contacto da Helena – 969000724 - e diz mesmo que será para ela um prazer falar com quem a contactar!
É reconfortante ver como gente grande se comporta sempre tão ... simplesmente!
A HELENA JUSTINO nasceu no Porto em 1944, frequentou o Curso Geral de Pintura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto e é licenciada em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa.
Fez a primeira exposição individual no Museu de Angola, Luanda, em 1963, e expõe regularmente desde 1985.
Dizem os criticos que concilia a liberdade criativa de Júlio Resende com o rigor do traço de Lagoa Henriques, e este é um dos maiores elogios que alguém pode dar a um pintor.
Pelo que já vi da obra de Helena Justino (veja também no site da EPAR), ela mantém a essência neo-figurativista, com um forte matiz de lirismo, em que se reporta às ligações afectivas a África, pelo estilo de composição e pelas cores vivas e fortes que tornam peculiar a sua obra.
Segundo o Professor Rocha de Sousa, que a conheceu quando da sua primeira exposição, em Luanda, em 1963, desde 'Sei um ninho', em que HJ mostra a influência no seu período criador do período em que viveu no estrangeiro, e, depois de conseguida a merecida internacionalização, e superados os habituais ostracismos nacionais, ela retoma o seu "mistério inicial, o balanço entre a força, a claridade, a sombra e o sentido táctil da macieza e da aspereza, a ordem submetida ao convívio com diferentes devaneios nocturnos." Entre este ponto da sua evolução criativa e certos limites notoriamente já longínquos do pintar de hoje, a pintora reivindica origens temáticas, ou temas aplicados às formas plásticas, e regressa à ideia de mensagem, enquanto elo de comunicação com os outros e para os outros evocando uma linguagem pictórica, com apelos ao imaginário e à vivência africanos que nos levam a terras e a tempos mágicos e encantatórios. "A autora não deixa de referir, neste conjunto de autoavaliações, dois sentidos fundamentais do seu trabalho – o factor integrante da projecção poética, o qual arrasta a vibração lírica do próprio discurso, e o factor de reordenação dos sentidos coordenando as expectativas abertas."
Deixo-vos, pois, UM CONVITE de Helena Justino, e que abraço - porque os amigos se entreabraçam sempre - para a inauguração da sua exposição de Pintura que terá lugar na CNAP – Clube Nacional de Artistas Plásticos, no próximo dia 13 de Fevereiro, pelas 17.30 (Rua Prof. Francisco Gentil, Loja D/E – Telheiras, perto do Colégio Alemão. http://www.cnap.pt/.
Não percam, até porque hoje é sábado. E descobrir, ver e/ou rever as cores fortes do Sol e da Terra, e antever este ravissante abraço, belisca-nos para a grande magia e o grande sonho que é VIVER. Eu não perdi e fui lá ao cair da tarde. Gostei particularmente do "Cartas de Amor" o nº 14 da exposição. E gostei muito da Helena, também. Diria que ela e o Joffre têm, pelo menos, uma característica em comum: olha-se para eles e sentimo-nos em casa. Substracto humano, acho.