Paulo Rangel insurgiu-se, no Parlamento Europeu, contra o estado da Nação, retratando-o ao nível da Itália e de outros países saídos recentemente da "cortina de ferro". Dir-se-á que, sendo ele de um partido da oposição, se sente, por viver fora do País, um refugiado político. Os dias seguintes mostraram que PR aproveitou o púlpito para se pôr em bicos de pés. Não perante aquela instância europeia, mas cá dentro. E lá foi dizendo «Quero manifestar repúdio em relação ao comportamento do JN no caso Mário Crespo e sobre a falta de esclarecimento do Governo português no caso das escutas divulgadas do processo Face Oculta». Se PR estava tão preocupado em demandar esclarecimentos ao partido da rosa, porque, até aí, parecia ser o único alegadamente implicado naquele processo, terá agora oportunidade de pedir esses mesmos esclarecimentos no seu partido laranja, na pessoa de Santana Lopes, outro alegado envolvido. Ou seja, uma ocasião única para demonstrar que aplica as suas regras de moral na sua própria casa.
«Pela forma que estamos a andar, Portugal já não é um Estado de direito. É um Estado de direito formal, onde o primeiro-ministro se limita a formalidades, a procedimentos, a formalismos e não quer dar explicações substanciais». Estará confiante que somente quando ele seja indigitado primeiro-ministro é que Portugal se tornará «um estado de direito material».
Foi generalizada o sentimento de ofensa nas hostes laranjas quando a eurodeputada socialista Elisa Ferreira o acusou de utilizar «o voto dos eleitores para fazer do Parlamento Europeu um trampolim para ascender na sua própria carreira política em Portugal» e de ter «a cabeça na carreira pessoal».
Rangel é candidato à liderança do PSD. Um candidato do sistema. Que representa a continuidade do PSD e a manutenção da linha descontínua com o idealista PPD. Daí ter escolhido para director da sua campanha Mário David. O porta-voz da sua campanha é um dos vice-presidentes do Partido Popular Europeu e pertence à Comissão de Relações Internacionais do PSD. Foi assessor político de Durão Barroso quando este era primeiro-ministro. Foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Santana Lopes. Numa estratégia conjunta de apoderamento pela sucessão do PSD, MD lançou-se em defesa de Mário Crespo e acusou o JN de censura. Mostrando o seu elevadíssimo sentido de democracia, foi também ele que deu a cara, numa outra «fogueira», a controvérsia sobre Caim (do Nobel português, José Saramago), recomendando que este deixasse de ser português.
Rangel é candidato à liderança do PSD. Um candidato do sistema. Que representa a continuidade do PSD e a manutenção da linha descontínua com o idealista PPD. Daí ter escolhido para director da sua campanha Mário David. O porta-voz da sua campanha é um dos vice-presidentes do Partido Popular Europeu e pertence à Comissão de Relações Internacionais do PSD. Foi assessor político de Durão Barroso quando este era primeiro-ministro. Foi secretário de Estado dos Assuntos Europeus de Santana Lopes. Numa estratégia conjunta de apoderamento pela sucessão do PSD, MD lançou-se em defesa de Mário Crespo e acusou o JN de censura. Mostrando o seu elevadíssimo sentido de democracia, foi também ele que deu a cara, numa outra «fogueira», a controvérsia sobre Caim (do Nobel português, José Saramago), recomendando que este deixasse de ser português.
Ora, para quem diz, a solo e em dueto, que o actual PM constitui uma ameaça ao país, que Portugal deixou de ser um Estado de Direito, que existe censura e que quem antagoniza verdades instituídas deve deixar de ser português, já se percebe o que Rangel e Mário David tencionam fazer quando voltarem a pisar solo nacional: ingressar nas fileiras da resistência direitista e, para não correrem o risco de ser "censurados", e votados ao ostracismo, - isto se a secreta não os fizer prisioneiros e não os ameaçar de morte (a eles e aos seus), já que assemelharam Portugal a uma qualquer outra ditadura - optarem por ser cidadãos de uma República das ... laranjas.