Brilhante, como sempre, o Pedro Arroja diz que "O país liberal está sujeito a crises económicas e financeiras. Basta que uma grande empresa abra falência para ela desencadear efeitos devastadores em todo o país e até no mundo. (A actual crise financeira foi desencadeada pela falência do banco americano de investimentos Lehman Brothers). Sectores inteiros de actividade podem ser arrastados (como o sector da banca de investimentos) e a crise propagar-se a todo o país e até a outros países (a Islândia, o país mais desenvolvido do mundo segundo a ONU, praticamente desapareceu do mapa económico em resultado da crise - os seus bancos privados eram maiores que o país). No país socialista, as crises económicas e financeiras também são possíveis, e os seus efeitos são ainda mais abrangentes. Neles, as crises resultam não da falência de grandes empresas privadas, mas da insolvência dos Estados nacionais (como agora na Zona Euro está a acontecer com a Grécia e, em menor medida, com a Espanha e Portugal). No país socialista, o Estado é o maior empregador e a maior instituição económica, de tal modo que toda a actividade económica do país depende, directa ou indirectamente, do Estado. A insolvência do Estado corresponde ao colapso económico do país. No país católico, pelo contrário, não há grandes instituições. A maioria são pequenas empresas familiares. O Estado é geralmente pequeno, porque é subsidiário, e mesmo as grandes empresas familiares só podem atingir uma dimensão moderada (para crescerem necessitariam de recorrer a capitais externos à família, perdendo-se o controlo familiar). Neste país, uma empresa familiar pode ir à falência, que não tem efeitos visíveis na sociedade. Pode até o Estado declarar-se insolvente que a economia continua a funcionar através da sua enorme teia de empresas familiares. Não há crise que destrua esta sociedade ou a leve ao colapso, porque ela é como um tecido feito de uma malha muito pequena e muito apertada de relações interpessoais e empresas familiares. Também existem crises económicas e financeiras no país católico, mas nunca são catastróficas."
Igualmente brilhante, e da minha preferência pela contundência das palavras, e pelo so british JABarreiros diz que "Uma economia que cresce gerando lucros sem pleno emprego não pode ser legítima, em função de nenhum critério de humanidade", in "A revolta das palavras".
Igualmente brilhante, e da minha preferência pela contundência das palavras, e pelo so british JABarreiros diz que "Uma economia que cresce gerando lucros sem pleno emprego não pode ser legítima, em função de nenhum critério de humanidade", in "A revolta das palavras".
E esse é provavelmente o grande dilema do actual Governo, algures entre o coração e a razão. Be or not to be, “se é mais nobre ao espírito suportar as pedradas da sorte ultrajante ou se opor a um mar de percalços e vencê-los”.