sábado, 2 de janeiro de 2010

A liberdade do Manuel - Um homem justo e perfeito

Não vale definitivamente pintar a manta. Gosto do Manuel Alegre. Admiro-o profundamente.
Ainda há pouco escrevi sobre as elites da política (ou melhor sobre a falta delas!, ou, pelo menos, de uma elite, no sentido de qualificação maior e de preparação maior).
Nada mais apropriado que secundarizar Alegre no seu mais recente comentário sobre a crise e as elites. Diz ele que "São precisos "homens de grande estatura" por causa da crise, a actual crise mundial, "a mais grave do pós-Guerra". Verifica-se agora, ao nível global, a "falência ideológica do modelo neoliberal", 20 anos depois da queda do Muro de Berlim, que simbolizou, por sua vez, a desagregação da União Soviética e da maioria dos países aliados. E, por isso, ainda também "à escala nacional e europeia, é preciso reinventar soluções de esquerda", disse-o há tempos, aquando de uma reunião do Conselho de Fundadores do Movimento Intervenção e Cidadania (MIC). A resposta à actual crise económica, social e política passaria por "homens de nervos de aço e de grande estatura ideológica".
Em Portugal, segundo o principal rosto do MIC, "ninguém manda calar ninguém. As pessoas, às vezes, é que se calam a si próprias". "Há no país uma tradição de abdicação cívica, para não falar de cobardia", acrescentou. (Sábado, 7 de Fevereiro de 2009 às 17:15)
Ora aqui está um homem livre. Obrigado Manuel Alegre. Pela limpidez da tua voz. Pela ombridade de carácter. Pela liberdade de espírito. Um exemplo de homem justo e perfeito. Lá estarei no Domingo, na FIL, como membro da tua Comissão de Honra! Porque tu honras os portugueses, e, como ontem, no jantar do Mercado da Ribeira, tão eloquentemente o disseste, és capaz de nos devolver a nossa massa atlântica, em suma, reabilitar a esperança perdida!