A Europa imagina-se uma potência benfeitora, pacífica e cujo modelo é exportado para todo o mundo. Na verdade, ele é visto como um conjunto heteróclito, uma velha potência colonial que se tornou uma fortaleza virada sobre si mesma e entrincheirada por trás dos Estados Unidos. Se a Europa quiser contar, terá de mudar.
Roberto Foa explica que, pouco depois do 11 de Setembro, um estribilho frequente dos comentadores norte-americanos era: “Por que nos odeiam?” Os norte-americanos sempre se tinham visto como um poder benevolente e ficaram confundidos quando viram multidões rejubilantes, em Gaza ou no Líbano, a comemorar a destruição da baixa de Manhattan.
Hoje, são os europeus que, tal como os norte-americanos, se podem questionar porque atraem tão pouco respeito de todo o mundo. Se em tempos um Livro Branco chinês declarou a Europa “a superpotência em ascensão”, nas últimas semanas um coro de comentadores internacionais começou a escarnecer das pretensões da Europa à liderança internacional. Kishore Mahbubani, director da Faculdade de Relações Internacionais deLee Kwan Yew, em Singapura, declarou que a Europa não percebe “como se está a tornar irrelevante para o resto do mundo”.
Ao mesmo tempo, Richard Haass, presidente do Council on Foreign Relations dos Estados Unidos, decretava publicamente o “desaparecimento da Europa como grande potência”. E estas são vozes que estão longe de pertencer a uma área excêntrica ou selvagem. Mahbubani dirige um dos institutos com crescente aceitação em matéria de política asiática, e Haass é um diplomata isento de longa data. Então, porque estão os países europeus a levantar esta onda de má vontade? Apesar de tudo, os europeus, mais do que os norte-americanos, têm razões para verem o seu continente como uma influência fundamentalmente benigna. A Europa é um pacífico conjunto articulado, um sortido atabalhoado de Estados-nação, cujos compromissos internacionais se parecem limitar à concessão de apoios ao desenvolvimento e à realização de conferências longas e pouco conclusivas. Temos os nossos problemas internos, mas que não são de molde a merecer o desprezo das elites de Nova Deli, Pequim ou Cairo. Então, porque se passou tão depressa de bestial a besta? Não me parece que se possa atribuir isso a mera inveja: os estrangeiros não se limitam a cobiçar os salários, as férias e as reformas dos europeus. Nem penso que represente desespero em relação à tortura que têm envolvido as tomadas de decisão internas da Europa, apesar da frequência com que aparecem na Comunicação Social no pós-Tratado de Lisboa.
Roberto Foa explica que, pouco depois do 11 de Setembro, um estribilho frequente dos comentadores norte-americanos era: “Por que nos odeiam?” Os norte-americanos sempre se tinham visto como um poder benevolente e ficaram confundidos quando viram multidões rejubilantes, em Gaza ou no Líbano, a comemorar a destruição da baixa de Manhattan.
Hoje, são os europeus que, tal como os norte-americanos, se podem questionar porque atraem tão pouco respeito de todo o mundo. Se em tempos um Livro Branco chinês declarou a Europa “a superpotência em ascensão”, nas últimas semanas um coro de comentadores internacionais começou a escarnecer das pretensões da Europa à liderança internacional. Kishore Mahbubani, director da Faculdade de Relações Internacionais deLee Kwan Yew, em Singapura, declarou que a Europa não percebe “como se está a tornar irrelevante para o resto do mundo”.
Ao mesmo tempo, Richard Haass, presidente do Council on Foreign Relations dos Estados Unidos, decretava publicamente o “desaparecimento da Europa como grande potência”. E estas são vozes que estão longe de pertencer a uma área excêntrica ou selvagem. Mahbubani dirige um dos institutos com crescente aceitação em matéria de política asiática, e Haass é um diplomata isento de longa data. Então, porque estão os países europeus a levantar esta onda de má vontade? Apesar de tudo, os europeus, mais do que os norte-americanos, têm razões para verem o seu continente como uma influência fundamentalmente benigna. A Europa é um pacífico conjunto articulado, um sortido atabalhoado de Estados-nação, cujos compromissos internacionais se parecem limitar à concessão de apoios ao desenvolvimento e à realização de conferências longas e pouco conclusivas. Temos os nossos problemas internos, mas que não são de molde a merecer o desprezo das elites de Nova Deli, Pequim ou Cairo. Então, porque se passou tão depressa de bestial a besta? Não me parece que se possa atribuir isso a mera inveja: os estrangeiros não se limitam a cobiçar os salários, as férias e as reformas dos europeus. Nem penso que represente desespero em relação à tortura que têm envolvido as tomadas de decisão internas da Europa, apesar da frequência com que aparecem na Comunicação Social no pós-Tratado de Lisboa.