sexta-feira, 4 de junho de 2010

Marques Mendes: Juízo meninos, birras, não!


Presidenciais "não servem para birras", diz o antigo presidente do PSD, referindo-se às candidaturas alternativas a cavaco Silva sugeridas por dirigentes políticos de direita. Luís Marques Mendes aproveitou ontem o seu comentário político semanal na TVI24 para criticar fortemente os dirigentes políticos de direita - especificando Paulo Portas e Pedro Santana Lopes - que têm sugerido candidaturas presidenciais alternativas à de Cavaco Silva, depois de este ter promulgado a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"As eleições presidenciais não são uma brincadeira e não podem servir para birras ou para ajustes de contas com o passado. No estado em que o País está, as eleições presidenciais são muito importantes. Não podem servir para experiências, satisfazer caprichos e vaidades pessoais e para manter algumas pessoas na crista da onda", afirmou o ex-líder social-democrata.
Para Mendes, uma candidatura presidencial de direita alternativa à de Cavaco Silva "não é viável". O que no seu entender se passa é que a subida do PSD nas sondagens "leva à perda de espaço político para algumas pessoas", que com estas propostas "tentam recuperar protagonismo". "Arranjar um candidato à direita só por causa de uma lei deste tipo [a do casamento gay] não é sério, é um disparate", acrescentou.
Lá volto eu a dizer que, há uns anos, ria de quem dissesse que viria a compreender e até a admirar Marques Mendes. O ex-presidente do PSD, comportando-se, felizmente para o PSD, com a sabedoria de uma madre superiora respondeu ainda às duras críticas de que Cavaco Silva foi alvo por parte do cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo. (Imaginávamos que esta cumplicidade Salazar-Cerejeira acabara?) "As suas declarações censurando a promulgação da lei pelo PR "não foram nem justas nem felizes", disse. Não foram "justas" porque o Presidente da República "não podia evitar a entrada em vigor" da lei, "apenas adiar". E não foram "felizes" porque o cardeal se envolveu "no jogo político" ao afirmar - numa entrevista quinta-feira passada à Rádio Renascença - que a promulgação da lei por Cavaco até lhe poderia custar a reeleição presidencial.
Face à decisão do PR, Santana Lopes "emergiu" - pois se pouco mais sabe fazer em política que submergir e emergir - e também não se lhe conhece outra carreira (bem sucedida, queríamos dizer!),considerando, em várias declarações públicas, que é necessária uma "solução alternativa" a Cavaco Silva, à direita, nas presidenciais. O ex-primeiro-ministro e ex-líder do PSD garante que deixou de querer votar no actual Presidente. Só falta anunciar que, como eterno romântico, se vê mais próximos dos poemas de Alegre. Não desgrace ainda mais o centro-esquerdo desunido! Ah! Vote no Nobre, que, pelo menos, de comum terá com ele essa qualidade (de ser nobre, claro!).