quarta-feira, 13 de junho de 2012

"Teach me how to drive so I can protect myself" - campanha pela liberdade da mulher saudita


Campanha "Teach me how to drive so I can protect myself" (ensina-me a conduzir para que eu me possa proteger). um apelo às mulheres sauditas para que conduzam em público no próximo dia 17 de Junho. Uma página do Facebook da Arábia Saudita lançou, quarta-feira, um apelo para que os homens "batam" nas mulheres que ousem desafiar a proibição de conduzir durante uma manifestação prevista para 17 de Junho. O apelo juntou milhares de apoiantes sauditas na página do Facebook. Paralelamente, activistas sauditas continuam a exigir a libertação de uma mulher que desafiou esta proibição, Manal al-Sherif, enquanto a imprensa tem reflectido um ponto de vista favorável às mulheres.
Na segunda-feira, a organização não governamental saudita Assembleia Nacional para os Direitos Humanos denunciou a "detenção ilegal" da activista Manal al-Sherif por ter conduzido em público, o que é proibido às mulheres na Arábia Saudita.
A ONG afirmou, num comunicado, que não há nenhum texto oficial que condene uma mulher por conduzir em público, pelo que al-Sherif não pode ser acusada de cometer um delito nem castigada.
A organização apelou às autoridades para que encontrem uma solução que permita às mulheres conduzirem.
Al-Sherif, de 32 anos, foi detida no sábado quando conduzia um automóvel na cidade de Khobar, no leste do país, acompanhada do irmão, da cunhada e dos sobrinhos. Libertada ao fim de algumas horas, a mulher foi novamente detida no domingo, segundo militantes citadas por agências internacionais.
A activista lançou, com outras mulheres, uma campanha na rede social Facebook pelo direito das mulheres a conduzir e colocou um vídeo no Youtube em que aparece ao volante de um automóvel. A campanha, "Teach me how to drive so I can protect myself" (ensina-me a conduzir para que eu me possa proteger), apela às mulheres sauditas para que conduzam em público no próximo dia 17 de Junho.
Detida no sábado, Al-Sherif foi entretanto transferida para uma prisão de mulheres em Dammam, também no leste do país, segundo um porta-voz dos serviços prisionais, Ayub ben Nahit.
A activista, que é consultora de segurança informática, vai ser interrogada por um procurador, segundo o porta-voz, pelas acusações de desrespeitar a ordem, conduzir em público, instigar mulheres a conduzir e publicar imagens na Internet que visam instigar à violação da lei.
Na semana passada uma outra mulher conduziu durante quatro dias na cidade de Jeddah (oeste), segundo testemunhas, mas não se cruzou com a polícia e não foi detida.
A Arábia Saudita é o único país do mundo que proíbe as mulheres - sauditas e estrangeiras - de conduzir.