«Les femmes sont têtues. Elles se battent jusqu´au bout» (Pierre Durand) "Cuidado com as mulheres quando se sentem enojadas de tudo o que as rodeia e se levantam contra o velho mundo. Nesse dia nascerá o novo mundo." (Louise Michel)
Louise Michel. 1830-1905. Foi a militante da Comuna mais notável, destemida, valorizada e aplaudida pela sua intervenção. Professora de instrução primária, participa activamente em prol da Comuna e na sua defesa. É a sua grande propagandista até à morte. Ainda no Verão de 1870, encabeça grandiosas manifestações pela paz, reclamando armas. É presa pela primeira vez na primeira manifestação de mulheres que tem lugar a 1 de Dezembro de 1870. Empenha-se com outras em obras sociais e pedagógicas. Pertence aos comités de vigilância e bate-se nas fileiras do 61.º batalhão de Montmartre. A sua coragem merece menção no Journal Officiel da Comuna, a 10 de Abril de 1871. É condenada pelo 4.º conselho de guerra, em 16 de Dezembro do mesmo ano. Perante o tribunal que a condenou, disse: "Eu pertenço inteiramente à Revolução Social. Declaro aceitar a responsabilidade pelas minhas ações. Devo ser excluída da sociedade e os digo a vocês para fazerem isso. Uma vez que, aparentemente, todo coração que bate por liberdade tem direito a um pouco de chumbo, exijo minha parte! Se você me deixar viver, não deixei de clamar por vingança e denunciar, em vingança dos meus irmãos, os assassinos do Comité das Graças ". É deportada para a Nova Caledónia, em degredo. Ali passou 7 anos. Beneficia de uma amnistia que a traz a Paris. Tem uma recepção triunfal na Gare de Saint Lazare em 9 de Novembro de 1880. A derrota da Comuna e a deportação aproximam-na dos anarquistas. A sua entusiasmante oratória e a sua paixão pela Comuna levam-na a participar em comícios em toda a França convidada por dirigentes do movimento operário e socialista - Jules Guesde, Lafargue (genro de Marx) e Susini. É ela quem faz o elogio fúnebre de Blanqui, em 1881. A causa das mulheres continua a interessá-la e em 1882 anuncia a constituição da Liga das Mulheres para ensinar às mulheres os seus direitos e deveres e para que o homem olhe a sua companheira não como uma escrava mas como uma igual. Em Marselha, em 1905, enquanto proferia uma conferência diante de uma audiência operaria, morre "A Virgem Vermelha".
Dizia Michelet, “As mulheres estiveram na vanguarda da nossa Revolução. Não é de admirar: elas sofriam mais.”
Então como hoje!