Boa notícia para a Islândia - a dívida da Islândia já não é lixo (Rui Barroso, Económico)
«A agência de ‘rating' melhorou a classificação da dívida islandesa, classificando-a como um investimento seguro.
Quase quatro anos depois da Islândia ter entrado em bancarrota, o país recuperou o estatuto de grau de investimento para a Fitch. A agência melhorou hoje a classificação da dívida islandesa de BB+ para BBB-, deixando de avaliar o país num nível considerado lixo.
"A restauração do ‘rating' da Islândia para grau de investimento reflecte os progressos que foram feitos na restauração da estabilidade macroeconómica através do avanço de reformas estruturais e na reconstrução da qualidade de crédito desde a crise bancária e cambial de 2008", referiu o director da Fitch, Paul Rawkins.
O responsável da Fitch referiu ainda que "está em curso um recuperação económica promissora, a reestruturação do sector financeiro está bem adiantada, enquanto a dívida pública sobre o PIB está próxima de atingir o pico graças a um programa de consolidação orçamental robusto".
Em 2008, no curso da crise financeira, os três maiores bancos do país entraram em falência. Estas entidades estavam expostas a outros países tinham dívidas superiores ao valor da própria economia islandesa. O colapso provocou uma queda abrupta no valor da moeda islandesa que aumentou a dívida externa do país.
Além disso, países como o Reino Unido e a Holanda exigiram à Islândia que assumisse as responsabilidades financeiras dos seus bancos. A exigência foi rejeitada pelos islandeses num referendo, abrindo uma disputa legal entre os países que ainda está por resolver.
Apesar da enorme crise no país, as agências de ‘rating' nunca tiveram uma nota de ‘default' para o país. A Fitch foi mesmo a única agência a colocar a dívida islandesa no grau de ‘lixo". E não exclui voltar a melhorar a nota do país, caso se registe uma aceleração na reestruturação da dívida do sector privado do país, uma normalização na relação com credores externos e uma maior estabilização da taxa de câmbio.
A Fitch diz ainda que a crise de dívida na Europa não está a ser sentida no país e que a economia islandesa deverá crescer entre os 2% e os 2,5% e acredita que o país apresente excedentes orçamentais.»