Parece-me que contrariando a parte mais jovem da minha família, a intransigível filha, o convicto genro, e o militante irmão, fui a primeira pessoa deste pequeno clã a ver as "qualidades" de Pedro Passos Coelho. Neste blog, fui sua admiradora quando ainda dentro do PSD todos o enjeitavam, do tempo em que Manuela Ferreira Leite dizia que era o que mais faltava ao partido era ter um lider destes. Acho que só não terá dito "jamais" porque nem ela tem desses delírios mediunicos. Pois bem, eu que tanto acredito que os Mestres muito ajudam a "moldar" os aprendizes, rendo-me à evidência. O aprendiz devia ter ficado nesse grau. Porque tudo leva a crer que não estava pronto para a mestria.
Passos Coelho apostou em romper com a postura típica de animosidade pessoal que opunha Ferreira Leite a José Sócrates e em manter uma ‘atitude de Estado’ na sua relação com o chefe do Governo. Surgiu como que erguido de Alcácer Quibir, resolvido a fazer a diferença. Em contraste à pose tão criticada de José Sócrates, dita de arrogância, autoritarismo e infalibilidade, opôs um perfil pacífico, brando e dialogante. Uma “postura” adaptada ao perfil de primeiro-ministro alternativo, dir-se-ía.
Mas, como já dizia O Líder “quem não está comigo está contra mim” e era previsível que esta duplicidade não se pudesse prolongar ad eternum. Apostar, de uma banda, na colaboração institucional com Sócrates, e, de outra, na recusa de reeditar o Bloco Central ou de participar num qualquer Governo de Salvação Nacional, fragilizou e apequenou a margem de manobra de Passos Coelho.
Primeiro, e desde logo, terá esquecido que o PSD foi sempre um partido de lutas intestinais – mesmo quando Cavaco os calava pelo temor reverencial.
Depois, quis aproveitar a maré de populismo já iniciada a (des)propósito das presidenciais, mas percebeu a conveniência de não se “colar” ostensivamente a Cavaco Silva, precisamente pelo tal perfil que faz questão em manter – e que é mais diferente do de Cavaco do que do de José Sócrates.
O certo é que a crise nacional acabou por ser madrasta para Pedro Passos Coelho, furando-lhe os timings da sua estratégia – admite-se bem planeada e arquitectada – e acabou por revelar de forma prematura as suas fragilidades.
Não saiu ileso do episódio das SCUT: as concessões tiradas à força a Sócrates valeram-lhe o reincendiar de velhos conflitos com alguns barões autárquicos do partido (sobretudo no Algarve).
As declarações do seu braço direito, Miguel Relvas, sobre a aliança com o CDS ou o veto do Governo à venda da Vivo à Telefónica, evidenciaram que “casa onde não há pão…”, ou seja, a incongruência das posições internas do PSD.
Segundo, a intenção – que se queria messiânica – de reunir assembleias de notáveis para rever a Constituição e reformar o programa do partido – num caso, pondo à testa um destacado militante monárquico, noutro, reunindo personalidades ‘independentes’, algumas com passadas e conhecidas ligações ao PS – pareceram golpes – não de asa – mas de oportunidade política, a tentar igualar os que o PSD tanto aponta ao socratismo.
A duplicidade de Passos Coelho pôs a descoberto a displicência e o novo-riquismo liberal de que o PSD sempre fez apanágio e serviu, não somente, mas designadamente, para “nos pôr a pau” sobre o seu suposto ‘sentido de Estado’.
Porque Pedro Passos Coelho parece estar a tomar atitudes sem sentido e porque começamos a pensar que nem faz ideia do que será essa máquina brutal que é o Estado.
Mas, como já dizia O Líder “quem não está comigo está contra mim” e era previsível que esta duplicidade não se pudesse prolongar ad eternum. Apostar, de uma banda, na colaboração institucional com Sócrates, e, de outra, na recusa de reeditar o Bloco Central ou de participar num qualquer Governo de Salvação Nacional, fragilizou e apequenou a margem de manobra de Passos Coelho.
Primeiro, e desde logo, terá esquecido que o PSD foi sempre um partido de lutas intestinais – mesmo quando Cavaco os calava pelo temor reverencial.
Depois, quis aproveitar a maré de populismo já iniciada a (des)propósito das presidenciais, mas percebeu a conveniência de não se “colar” ostensivamente a Cavaco Silva, precisamente pelo tal perfil que faz questão em manter – e que é mais diferente do de Cavaco do que do de José Sócrates.
O certo é que a crise nacional acabou por ser madrasta para Pedro Passos Coelho, furando-lhe os timings da sua estratégia – admite-se bem planeada e arquitectada – e acabou por revelar de forma prematura as suas fragilidades.
Não saiu ileso do episódio das SCUT: as concessões tiradas à força a Sócrates valeram-lhe o reincendiar de velhos conflitos com alguns barões autárquicos do partido (sobretudo no Algarve).
As declarações do seu braço direito, Miguel Relvas, sobre a aliança com o CDS ou o veto do Governo à venda da Vivo à Telefónica, evidenciaram que “casa onde não há pão…”, ou seja, a incongruência das posições internas do PSD.
Segundo, a intenção – que se queria messiânica – de reunir assembleias de notáveis para rever a Constituição e reformar o programa do partido – num caso, pondo à testa um destacado militante monárquico, noutro, reunindo personalidades ‘independentes’, algumas com passadas e conhecidas ligações ao PS – pareceram golpes – não de asa – mas de oportunidade política, a tentar igualar os que o PSD tanto aponta ao socratismo.
A duplicidade de Passos Coelho pôs a descoberto a displicência e o novo-riquismo liberal de que o PSD sempre fez apanágio e serviu, não somente, mas designadamente, para “nos pôr a pau” sobre o seu suposto ‘sentido de Estado’.
Porque Pedro Passos Coelho parece estar a tomar atitudes sem sentido e porque começamos a pensar que nem faz ideia do que será essa máquina brutal que é o Estado.