quarta-feira, 25 de agosto de 2010

IR E VIR – GOVERNOS E DESGOVERNOS


Voltou de férias quem as teve! O País em Agosto é consabido, vai a banhos e, supostamente, pára!
Males de consultora e auditora – não me queixo, antes pelo contrário – com outros tantas maleitas das mil e uma coisas em que - voluntariamente ou nem por isso – me meto, Agosto é só mais um mês de trabalho, projectos e causas. Assim vive uma lisboeta que se sente ribatejana.
Para não variar, mais um ano que nem consigo a Vale de Cavalos para a Festa. Os pais estiveram lá recentemente e trouxeram notícias – já não foi mau! A visitar urgentemente a casa da Vanda e do Marinho lá p’rós lados da Caniceira, se bem que vai ser uma visita difícil depois da morte do tio Zé André. Hei-de lá ir! Hei-de lá ir!
Mas, dizia eu, as gentes portuguesas rumaram ao Sul atrás do Sol. E com uma realidade política, económica e social tão cinzenta, provavelmente terão feito bem. Voltar é que deve ser o cargo dos trabalhos!
Foram de férias mas a Política continuou. Um Governo cada vez com mais dificuldades em governar com uma oposição que prima por desgovernar! O PSD a “chantagear” o PS, e a querer trocar o Estado Social de Direito – que todos julgávamos seguro por força da Constituição – pela “passagem” do Orçamento de Estado. Vai daí o PS diz que não, mais umas coisitas…E o PSD a retorquir que exige desculpas e o PS a dizer que nem pensar. Estes republicanos de uma figa – afirmam os monárquicos! Já em clima pré-eleitoral, uns acham que um tipo que sabe fazer contas é que é preciso em Belém e outros dizem que não que é um poeta que é preciso, porque sabe fazer poemas, e outros que não que tem de ser um “nobre” porque é apartidário, e os “vermelhos” a contrariar, que quanto mais do aparelho, melhor! Estamos desgovernados!
Foram de férias mas a Economia continuou. Ainda, sem sinais de retoma visíveis, apesar do nível do desemprego ter descido ligeiramente, mas com a prestação do crédito da casa a subir e os bancos a aporem nos novos contratos cláusulas exorbitantes que lhes permitem alterar “sem passar cavaco” as taxas invocando alterações de mercado, com o número de casas, viaturas, e contas, penhorados pelas Finanças e subir. Casas desgovernadas!
Foram de férias mas a Sociedade continuou. Málzinha, e nem por isso tem uma corzinha: os jovens continuam preocupados com a instabilidade no emprego, a impossibilidade de assegurarem o futuro, de sedimentar namoros e amores, de assentar arraiais, de fazer uma família, de fazer filhos. Sonhos desgovernados!
Foram de férias mas a Justiça continuou. Mal, muito mal! O Freeport sentenciado, numa letra e atitude que não convence – era suposto todos terem ficado convencidos da inocência de Sócretas, e não estão – com o Procurador-Geral da República a exigir explicações de como, quando e porquê os procuradores-gerais e juízes não apuraram a verdade material dos factos. O Casa Pia com sentença anunciada para Setembro, com toda a gente a temer que “a montanha vá parir um rato!”, isto se, entretanto, os advogados não usarem mais um dos seus estratagemas para “fugir com o rabo à seringa!! Leis desgovernadas!
Toda a gente se foi “governar” com o Sol, convencidos que o País ficava a governar-se sozinho, mas – ó santa ilusão – foram e vieram, e nada mais viram e encontraram que o “Desgoverno” de sempre. Estamos desgovernados, ai estamos, estamos!