Invoco aqui a necessidade sistemática de cada um lutar contra si mesmo e não ceder às humanas tentações menores que nos cercam. Assim, da REGRA PRIMITIVA DA ORDEM DO TEMPLO, Tradução, introdução e notas, de Manuel J. Gandra, destaco uma regra que me parece fundamental nesta questão que é de trabalhar, em cada um, de todos, com todos e para todos, a harmonia do Templo. “Ne eris criminator, nec sussurro in populo” (Levítico, XIX, 16): "Não sejais acriminador nem murmurador do povo". Um Templário não julga os outros pela sua aparência nem por constatações vulgares. Entende um Irmão como tal, sem dedo nem olho julgador e incriminador. Os homens, e, no caso, os Cavaleiros, medem-se pelos seus actos. Dar a mão ao outro e criar a união na Égregora é fundamental nesse trabalho. Nesta pré-disposição de estar bem com o outro e de preservar a harmonia dentro do Templo, recordo estas palavras santas: "Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. "Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: 'Deixe-me tirar o cisco do seu olho', quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão." (Mateus 7:1-5). Ou, preferindo as palavras pessoanas: "Cada um é muita gente. Para mim sou quem me penso, Para outros - cada um sente O que julga, e é um erro imenso." - Fernando Pessoa. A individualidade tem de reforçar o grupo, carregando as imperfeições humanas, mas apaziguando-as com o amor fraternal. "Se compreendêssemos, nunca mais poderíamos julgar." disse André Malraux. Compreender é já um exercício desse apego fraternal. O Cavaleiro luta dentro de si e, muitas vezes, contra si. Também nele habitam dragões e seres menores. Tomada para si essa luta, ela é contínua. Mais limpo, mais compreensivo, o Cavaleiro é mais compreendido. E é essa união espiritual que é a sua esteira, o seu punho e o seu suporte. "Creio para compreender, e compreendo para crer melhor." afirmou, ensinando-nos, Santo Agostinho de Hipona. O sentido do meu indicador para ti, Meu Irmão, só pode ser de afeição. Que poupe para mim o meu próprio acto de acusação se assim não for. AM