Não traço aqui qualquer paralelismo - e podia traçá-lo - entre uma armadura e uma capa (ambos pertença de um Cavaleiro (Templário ou medieval) - por comparação e confrontação histórica, mas deixo aqui algumas analogias que nos remetem para uma certa reflexão.
Paulo disse em Efésios 6.14 – “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça”.
O cinto serve para prender firmemente a armadura contra o corpo, e dá sustento a espada.
Porquê "cingidos" com a Verdade? Soldados de Cristo! Não esqueçamos "isto"! Em nome de quem? À Glória de quem? Soldados libertadores porque Jesus tem a verdade e só Ele é a verdade absoluta e libertadora. Assim nos diz João 14.6 – “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim”. Estes Soldados seguiam ("navegavam") um Caminho, uma Verdade, uma Porta, um Salvador, que é Jesus. Esquecemos, por vezes, este aspecto. Soldados de uma Força Maior em nome de Alguém Maior.
O cinturão da verdade obriga o cavaleiro ao cinto da verdade, da sinceridade. E é de uma vida nessa verdade e nessa sinceridade que o Cavaleiro dá testemunho e exemplo.
É como se a verdade (cinto muito apertado no corpo do gladiador/ soldado) moldasse os seus movimentos atinando-o para a Causa que o move: a luta pelos ideais cristãos e humanistas. Esta Verdade tem de ser a mesma que disciplina o relacionamento interpessoal entre os Cavaleiros. A Verdade está entre eles e delimita as suas condutas, não de maneira frouxa e liberal, mas com o propósito da correção e do reconhecimento da verdade, e é a complacência que serve de agente dominador nesta opção.
Já a couraça da armadura possuía duas partes: uma para cobrir o peito e a outra, nas costas, para proteger órgãos vitais do corpo até as pernas. A extensão deste item de segurança pessoal, realça o sentido de protecção e o tamanho (latitude/ longitude) da justiça de Cristo. A posição do revestimento frontal e na retaguarda destaca a maravilhosa garantia, de amparo e segurança, pelos méritos do Cordeiro. Portanto, a couraça, que, consoante se lhe dê uma figuração mais real ou mais simbólica, é vista como uma capa ou como uma armadura, importa, carrega nos ombros do Cavaleiro, essa responsabilidade imensa, por inteiro, porque a comparada à justiça de Cristo.
Essa armadura/capa é usada, sem subterfúgios e sem omissões, pelo Cavaleiro, que a usa, com oportunidade e adequação, nas batalhas e situações adversas da vida.
A pergunta que fica só pode ser esta: se ainda não é Cavaleiro tem interesse em (re)vestir-se como tal, sem condições, sem modos e sem termos? Está mesmo disposto a provar da couraça de Cristo? Se já é Cavaleiro, toma consciência, todos os dias da sua vida, de que tem de dar provas de reconhecimento e de merecimento dessa couraça? A todos vos abraço, amigos e Irmãos. AM