Comungo das palavras do Past Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), António Arnaut, ao afirmar que não entende o silêncio da maçonaria perante o “drama social que estamos a viver”, defendendo que as ordens maçónicas devem “realmente intervir” contra “este capitalismo opressivo”. Não compreende porque a maçonaria não se recusa ao papel de “cúmplice” e não se manifesta publicamente contra “este capitalismo opressivo”. “Todos aqueles que sentem o povo e a Pátria não podem ficar calados, sob pena de serem cúmplices do drama social que estamos a viver”, disse. O GOL “devia realmente intervir” e condenar publicamente “este capitalismo opressivo”, tal como as restantes ordens maçónicas. “A maçonaria devia ter dito aquilo que disse o Papa Francisco: o neoliberalismo faz os fortes mais fortes, os fracos mais fracos e os excluídos mais excluídos”, complementou. Tanto mais porque “trata-se de uma intervenção no plano dos direitos humanos, da dignidade do homem e da própria defesa da identidade e da soberania da Pátria”, mas a maçonaria tem abdicado desse papel: “devia ter uma palavra e tem estado calada. Devia fazer alguma coisa. Devia realmente utilizar os instrumentos do ofício: a régua e o esquadro, que significam a retidão e a justiça, e o compasso, que significa o livre pensamento e a liberdade”. “Chegámos a este ponto mais por culpa dos socialistas, dos social-democratas e democratas-cristãos do que propriamente dos neoliberais”, acusou o ex-grão-mestre, que denunciou “os que passaram para o neoliberalismo, que se venderam”. Estas são algumas das ideias do seu novo livro “Iluminuras - Adágios, incisões e reflexões”.