«As pessoas são diferentes, como diferentes são as suas culturas.
As pessoas vivem de modos diferentes e as civilizações também diferem.
As pessoas falam em várias línguas. As pessoas são guiadas por diversas religiões.
As pessoas nascem com cores diferentes e muitas tradições influenciam a sua vida, com cores e sombras variadas.
As pessoas vestem-se de modo diferente e adaptam-se ao seu ambiente de forma diferente.
As pessoas exprimem-se de modo diferente, A música, literatura e a arte também reflectem estilos diferentes.
Mas apesar dessas diferenças, todas as pessoas têm em comum um atributo simples: são seres humanos, nada mais, nada menos.
E por mais diferentes que sejam, todas as culturas incluem certos princípios comuns. Nenhuma cultura tolera a exploração de seres humanos.
Nenhuma religião permite que se mate o inocente.
Nenhuma civilização aceita a violência ou o terror.
A brutalidade e a crueldade são horríveis em todas as tradições.
Em suma, estes princípios comuns, que são partilhados por todas as civilizações, reflectem os nosso direitos humanos fundamentais. Esses direitos são muito apreciados e acarinhados por toda a gente, em toda a parte. Assim, a relatividade cultural nunca devia ser usada como pretexto para violar os direitos humanos, uma vez que estes direitos incorporam os valores mais fundamentais das civilizações humanas. É preciso que a Declaração Universal dos Direitos Humanos seja universal, aplicável tanto a Leste como a Oeste. É compatível com toda a fé e religião. Fracassar no respeito pelos direitos humanos só mina a nossa humanidade.
Não destruamos esta verdade fundamental; se o fizermos, os fracos não terão uma alternativa.» (Shirin Ebadi, uma advogada iraniana, activista dos direitos humanos)