Deixo-vos hoje com algumas referências à alavanca. O símbolo que representa o poder da vontade. Com ela realizámos a nossa terceira viagem, carregámo-la na mão esquerda, juntamente com a régua de 24 polegadas a força. Consta das instruções para o Companheiro o seguinte conteúdo: «Dando-vos a alavanca, emblema do poder que sustenta o fraco e faz tremer o mau, a Maçonaria desejou simbolizar a expressão da força divina, da força moral que resiste a tudo que é impuro e corrupto, a tudo que é arbitrário ou tirânico, à superstição, aos vis impostores que se aproveitam da ignorância dos povos para torná-los impotentes escravos dos seus caprichos”. “[...] em pleno oceano da vida, em meio às vagas tempestuosas das paixões, lembrai-vos que, ao serdes consagrado Companheiro, tivestes em vossas mãos a Alavanca, talismã contra as tentações da inércia”.» Ou «Oração e trabalho são os recursos mais poderosos na criação moral do homem. A oração é o íntimo subliminar-se da alma pelo contacto com Deus. O trabalho é o inteirar, o desenvolver, o apurar das energias do corpo e do espírito, mediante a acção contínua de cada um sobre si mesmo e sobre o mundo onde labutamos. ... O Criador começa e a criatura acaba a criação de si própria. Quem quer, pois, que trabalhe, está em oração ao Senhor.» (trecho da Obra de Rui Barbosa extraído do artigo do Ir:. Raimundo Rodrigues - Cartilha do Companheiro - Ed. A Trolha - 1a. Edição - 1998 - págs. 105 e seguintes).
Com ela ergue o Maçon o seu templo social. Na vertical. Com ela recorda que a perseverança é uma qualidade. As três portas em que batemos representam as três disposições necessárias à procura da Verdade: Sinceridade, Coragem e Perseverança. A alavanca lembra essa qualidade de força, de firmeza e de coragem inquebrável.
Os tempos que atravessamos são de provação para os Maçons. É agora, mais que nunca, importante recordar que somos em cada um a alavanca de todos.
O Libertador Bolívar (iniciado na maçonaria em 1803, na Loja "Lautaro", Cádis, Espanha) perdeu várias batalhas até triunfar por fim.
Franklin Roosevelt (iniciado na Loja Holland No 8, New York) já paralítico e numa cadeira de rodas, foi o primeiro mandatário dos Estados Unidos e teve um papel determinante na IIª Guerra Mundia, não deixando de colocar a pirâmide maçónica nas notas de 1 dólar, recordando os ideais de construção de uma Nação Livre.
Thomas Edison foi um Maçon e fez 10000 testes até descobrir a Luz.
Cervantes legou-nos Dom Quixote de la Mancha, presenteando-nos com uma das mais belas imagens cavaleirescas de sempre (“− Nunca donde estou me levantarei, valoroso cavaleiro, enquanto vossa cortesia me não conceder um dom que vos peço, o qual redundará em vosso louvor e proveito do gênero humano.”)
Transportemos em Nós essa Alavanca, como Companheiros Uns dos Outros. Em Força. Com Coragem. Em Perseverança.
Arquimedes afirmava: "Dai-me um ponto de apoio que erguerei o mundo". Esse ponto é a mão de cada um de nós que se dá ao outro.
Serenos ante a adversidade, cabe-nos proteger a Ordem Iniciática que abraçámos. Com a tenacidade de Galileu que, quando ameaçado pela inquisição por afirmar que a "terra gira em torno do Sol" e, apesar de temendo a fogueira se ter retratado, não deixou de, ainda diante do papa, reafirmar aos seus amigos: "Mas que gira, gira".
Digam o que disserem não percamos de vista o essencial: Um Maçon é sempre um Maçon! Somos Maçons! Comportemo-nos como tal! Reconheço-os!