domingo, 8 de novembro de 2009

O homem e a palavra MARAVILHOSO!

Há palavras com sexo, ou palavras de um só sexo.
Pense-se na palavra “M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O”.
Pode um heterossexual ser MARAVILHOSO?
Pode usar a palavra MARAVILHOSO?
Diz-se que esta é uma das “palavras reveladoras”. Palavras que por si só dizem muito mais do que um discurso de mil outras. Outra "maravilhosas" serão, por exemplo, "querida”, “Paris”, “jamais”, “divino”.
Para os homens hetero, socialmente, imitando Paula Bobone, deixo um registo do mau emprego da palavra maravilhoso:
Primeiro - Sério! Evite usar a palavra o máximo possível. Evite-a. Fuja dela como de uma ex-mulher ou da sogra ...
Eventuais exceções:
1. Quando se referir a nós, mulheres, e a partes dos nossos corpos, ao relato das nossas proezas, pode dizer. Ex.: “A A. é maravilhosa!”, ou “O corpo da A. é maravilhoso!”, ou ainda “Declama poesia maravilhosamente"!”. Note-se não estava a pensar propriamente nas unhas ou nos cabelos (se não esclarecer bem isto, inverte-se o efeito, por exemplo, se um homem diz, "tem umas unhas maravilhosas", pensa-se: ou é parvo ou "e que mal terá o resto?";
2. Quando se referir a instrumentos musicais. Ex.: “A Fender Stratocaster é maravilhosa!” - esta é divinal, admitam!;
3. Quando se referir a lances desportivos, às jogadas, aos golões, pode dizer: O passe do Ronaldo foi maravilhosa!? Já não fica lá muito bem, pois não?
4. Sábado. Almoço em casa da sogra (esta surte efeito e cria ambiente...). Pode sempre dizer: “Dona Maria, o seu creme de aspargos é maravilhoso!”.
5 – Nunca pronuncie a palavra em questão separando as sílabas e frisando cada uma delas. Nunca diga "A Fernanda é MA-RA-VI-LHO-SA!” ou “Dona Maria, o seu creme de aspargos é MA-RA-VI-LHO-SO!” ou ainda “O passe do Ronaldo foi MA-RA-VI-LHO-SO”
3 – E nunca, em hipótese alguma, use a palavra em questão referindo-se a espécimes humanos do gênero masculino. Exemplos: “O George Clooney é um actor maravilhoso” ou “Tu és um amigo maravilhoso” ou ainda “… um sem fim de exemplos de homens maravilhosos”.
Os homens nasceram impreparados para grandes adjectivações, ou melhor, para adjectivações sensíveis!
O mais perto que tivémos disso ultimamente foi o Mário Lino com o seu "Jamais!" e veja-se no que deu!