quarta-feira, 9 de setembro de 2009

De que vale um político "alto" se é "baixo"? Pode um político "baixo" ser "alto"?

Respegando num texto publicado na edição do Expresso de 28.Fev, e na foto acima, que legendo; da esquerda para a direita: Nicolas Sarkozy, Presidente da França, 1,65m; Maria de Belém, deputada do PS, 1,48m; Silvio Berlusconi, Primeiro-ministro italiano, 1,65m; Marques Mendes, ex-líder do PSD, 1,61m; Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, 1,57m e António Vitorino, ex-ministro da Defesa, 1,62m, e a propósito da Visão desta semana.
Ironiza a Visão com as "preocupações" da sua baixa estatura.
Para um homem que ultrapasse 1,70 m, este é um assunto descabido. Para o que se fique áquem da medida é uma "carga de trabalhos" e esta demanda tem motivado conturbadas discussões.
Sou admiradora ferverosa de Napoléão e releio frequentemente as suas "Memórias" ou "O Dia em que Napoleão Fugiu de Santa Helena", de Fernando G. Sampaio. Sobre ele 13 cm dividem os historiadores: 1,57 ou 1,70?
A altura de Kim Jong-il, o líder norte-coreano, é segredo de Estado.
Putin recorre aos mais insólitos expedientes e artifícios para iludir a sua baixa estatura.
Berlusconi (a quem Prodi recomendou que que subisse a uma cadeira para ter "um ar mais imponente") diz-se mais alto do que Sarkozy e este usa um salto-tacão de 7 cm, para minimizar o impacto provocado por Carla Bruni, que, mesmo com sapatos rasos, o ofusca do alto do seu 1,70 m.
Com o seu 1,57 m (menos 10 cm do que o seu antecessor, Vladimir Putin), o homem à frente da Rússia desde Maio de 2008, Dmitry Medvedev parece ter mais 10 cm ... porque usa sapatos de plataforma.
O primeiro-ministro italiano afirma que mede 1,70 m, mas tem menos 5 cm.
"Portugal tem também os seus "baixinhos", "baixotes", "rodinhas baixas"".
António Vitorino, um daqueles baixinhos que me convenceria de que não gosto de homens altos, disse, há uns anos, que o "Ministro da Defesa não tem que ser Schwarzenegger", o que sendo verdade, convenhamos, pode ter sido o bilhete de entrada para esse na família Kennedy!. Mas o António, admita-se, é massa de outro alguidar, farinha de outro saco. Trata-se de um ser humano dotado de "grande inteligência", de um "grande sentido de humor", de modo que o seu "grande" Q.I. compensa o "petit quoi" físico. E até ficava bem a passar revista às tropas.
Com o seu humor, ironizava acerca de Marques Mendes "Tem a proeza de ter menos um centímetro do que eu."
Ora, Marques Mendes, nos antípodas das qualidades tecidas a propósito de Vitorino e com aquela (falsa) modéstia que lhe é peculiar, respondia "Sou uma das provas eloquentes de que uma baixa estatura não prejudica minimamente uma carreira profissional ou política." Vocábulos de vaidade: "eloquente" e "carreira". Tudo o pequeno acha que tem! Enfurece-se com a vil e torpe mentira torpe de que teria mandado fazer um palanquinho para si (não sei porquê, também tenho um em casa para arrumar as prateleiras mais altas!) e diz achar ternurenta o tio Alberto João quando um dia se referiu ao seu pai como "o pai da criança". "Brinco com o assunto. Digo até que não sou baixinho, sou ajeitadinho, arrumadinho..."
E se não falássemos apenas de homens, teríamos de citar Maria de Belém Roseira.
Os académicos defendem que quem não encaixa na média pode desenvolver um complexo de inferioridade (o síndrome de Napoleão ou Síndrome do Homem Baixo ou do Pequeno), responsável por uma maior agressividade, como mecanismo de sobrevivência (Mike Elsea, Universidade de Central Lancashire). - Excepção feita a Saddam Hussein (com 1,87 m) e a Bin Laden, líder da Al-Qaeda.
Ora, cuidem-se os académicos que, no caso nacional, ou nos acautelamos, ou passaremos a ser o protótipo do país com uns políticos que até são "normalzinhos" mas que escondem, seja atrás de palanques, de saltos, de contas bancárias no estrangeiro, uma estatura muito baixinha, mas essa é a estatura moral, senhores. Este país ainda há-de deitar por terra, ou por água abaixo, as teorias americanas!
Vejam-se os posters publicitários para as próximas eleições.
Salvando-se aquele senhor(!?) cujos assessores de imagem optaram por colocar em evidência tão-somente a sua cabecinha e respectiva carinha laroca, planície esbranquiçada que antes nada continha, mas ostentava, e agora, continuando a nada conter nem sequer já nada ostenta, antevê-se talvez um corte à "feijáo verde" (sempre imaginativo, julga-se já a passar revista às tropas, nem que seja à "tropa macaca", muito do seu gosto, ou melhor seria à polícia municipal), todos os demais políticos não se fazem rogados e, bustos em evidência, apelam ao voto na virilidade, na masculinidade.
Devem os votantes portugueses ou as votantes, concretamente, ser muito menos entendidos na matéria que as actrizes de Hollywood, que descobriram nos baixinhos o Elixir da Juventude!
Também a coisa nao tem muito que se diga, a acreditar no ditado de que "Homem pequenino ou velhaco ou dançarino", basta perguntar a cada baixinho a que categoria pertence!
E aos outros? Aos altos, perguntamos o quê? Ou não perguntamos nada porque lhes basta ter "ares" ou darem-se "ares"?
"Ar" de serem homens q.b. de serem políticos q.b. Que esquecem o conselho dado à mulher de César, já nem parecem, quanto mais querer que o sejam!
Muitos dos políticos que assaltaram o poder nos últimos anos, vindos do partido da setinha, de tantos anos a seguir o sentido ascensional, viram favorecido o seu crescimento físico, e tem sido um gosto vê-los a acabarem homens de "grande" visão, atrás de um número de uma conta bancária na Suiça ou de uma portinha numa parte "esconsa" de um escritório!
Não se iludam os portugueses pela aparência, que esta gente é sabedora, depressa aprendeu a dar-se "ares"! Têm "ar", muito, só "ar"! Quem dera que os seus abdómens de homens bens sucedidos por um minuto fossem balões (alguns são!), e, como no poema, picaríamos leve, levemente, com a ponta de um alfinete-de-dama, e que espectacular folia de cores, de feitos (e defeitos!), de bonequinhos altos e gorduchinhos (os sempre-em-pé!) , de gentinha de bom porte, baixinhos e mais altitos, a subir, como na canção (sobe sobe balão sobe), seguindo o sentido da velha e amada setinha: que bom que seria que voassem alto e mais alto, e voltando à canção, fossem para longe, muito longe, viver e sonhar (que a conta chega para isso, com certeza!), logo depois do fiasco das eleições, direitinhos aos países "altos" - para eles tudo tem de ser em grande! - sugiro ... Alpes Suiços, acham bem?)