quarta-feira, 7 de maio de 2014

E sobre a tal saída mais ou menos limpa, mais ou menos escatológica....



Recolhi alguns apontamentos interessantes sobre a actualidade. A tal saída mais ou menos limpa, mais ou menos escatológica. 
Ei-los.
«O triunfalismo do primeiro-ministro a anunciar que Portugal vai sair do plano de ajuda da troika sem pedir um programa cautelar é perigoso. O cansaço e o olhar ausente dos ministros do Governo revelaram mais sobre a dureza dos tempos do que as palavras de Pedro Passos Coelho. Não tenhamos ilusões. O futuro não vai ser mais fácil. Anunciar amanhãs que cantam, quando ainda temos de estar preparados para tempestades, é vender sonhos que se podem transformar em pesadelos....» - Uma saída mais suja do que limpa, Helena Garrido, Jornal de Negócios
«A troika, agora de capuz, escondida ao virar da esquina, mas a salivar abundantemente à nossa mesa, não saiu de Portugal. Deu-nos uma aparência de férias em liberdade, prisioneiro em saída precária com pulseira electrónica num "InterRail". ... Nada me move contra a chanceler Merkel à excepção de que, fora do seu país, continua a dirigir cepos. Não é gente muito difícil de dirigir.» - Miguel Guedes, JN
«.... Toda esta não Europa saiu muito cara, a todos os europeus, em perda de crescimento, em desemprego, ou no acordar de tensões que podem colocar a paz e o projecto europeu em risco. A saída de que precisamos é a saída deste marasmo europeu, de que infelizmente o nosso Governo faz parte.» - Manuel Caldeira Cabral, Jornal de Negócios.
«É inacreditável que o governo se coloque numa situação de inferioridade». «Que o próprio governo se coloque nesta situação de inferioridade, arrastando o país e os portugueses, eu penso que é inacreditável. Temos que mostrar ao mundo que nos sabemos governar? Somos um país subdesenvolvido a quem a troika teve de ensinar a governar?» - Constança Cunha e Sá.
«... Neste momento precisávamos de condições para enfrentar os bloqueios fundamentais - de funcionamento da zona euro e da economia portuguesa. Infelizmente, empurrado pelos seus parceiros europeus e pela miopia eleitoral dos partidos do governo, a partir de agora Portugal ficará na situação do trapezista pouco preparado, que inicia a travessia, de um longo e fundo desfiladeiro. À mercê das circunstâncias. E sem rede.» Fernando Medina.
Concluo: "Quando uma crapulosa tirania espezinha homens na lama, [...] o procedimento científico é evidente. Seria demorado e trabalhoso cortar a cabeça aos tiranos, é mais fácil cortar o cabelo aos escravos". - G. K. Chesterton