Razões para o ataque cardíaco logo assim com o café da manhã.
Façam-me o favor de reler a Resolução n.º 480/XI, a tal com que o PSD propôs o chumbo do PEC IV. Eis aqui duas passagens: «Mais uma vez ogoverno recorre aos aumentos de impostos e cortes cegos na despesa, sem oferecer uma componente de crescimento económico, sem uma esperança aos portugueses.» «Mantém a receita preferida deste Governo: a solução da incompetência. Ou seja, se falta dinheiro, aumentam-se os impostos.»
A comunicação ao País via facebook de Cavaco Silva. «O que mais me vem à memória, no dia de hoje, são as afirmações peremtórias de agentes políticos, comentadores e analistas, nacionais e estrangeiros ainda há menos de seis meses, de que Portugal não conseguiria evitar um segundo resgate. O que dizem agora? Neste tempo pré-eleitoral é apenas isto que respondo a todos aqueles que pedem a minha reação ao anúncio de ontem de que Portugal não recorrerá a qualquer programa cautelar, ao mesmo tempo que lhes recomendo a leitura integral – e não truncada – do prefácio que escrevi para Roteiros VIII, disponível na página oficial da Presidência da República na Internet.» Mas que disparate é este? O povo que vá ler o prefácio para saber o que pensa sua excelência!? Que à senilidade de um órgão de soberania personificado numa pessoa não corresponda a imbecilidade colectiva de um povo! Merecemos este presidente?! Já não se temem as perguntas, mas temem-se as respostas! A indigência do comentário de Cavaco dirige-se a uns quantos indigentes. Mas a sua astúcia dirige-se, em particular, aos ignorantes. Voltamos ao PECs. E a pergunta que se impõe é só uma: o assalto ao pote em 2011 serviu a quem e para quê? Ali Bábá será um dos que sabe a resposta. Mas foram mais que 40, muitos mais.
Tudo isto a confirmar o estrondoso sucesso do «ajustamento» português, assente na «limpeza» da dita «saída», a 17 de Maio, tão oportuno (oportunista?!) para a Comissão Europeia, FMI e BCE, em período de eleições para o Parlamento Europeu!! A organização, por parte do BCE, do fórum 'Política Monetária num contexto financeiro em evolução', a realizar entre 25 e 27 de maio, com cerca de 150 participantes (e cá estarão para apalavrar Lagarde, Draghi e Barroso), reconduz-nos à falta de evidências substantivas do tal «sucesso» do «ajustamento», e, mais do que lançar o barro à parede, é o enterro da cabeça da avestruz na areia movediça em que se tornou este País. E escusam de se esforçar por encontrar uma qualquer relação causal entre o cumprimento do memorando e a descida das taxas de juro. As razões da descida generalizada das taxas de juro das dívidas soberanas nos países da periferia europeia radicam nas garantias de Mário Dragui de que o BCE tudo faria para evitar o desmembramento do euro (vide o anúncio de um eventual recurso a medidas de política monetária não convencionais mais agressivas), no excesso de liquidez nos mercados financeiros (reforçado pela saída de capitais dos países emergentes), na ameaça da «aritmética cruel da deflação» e na formação da «bolha especulativa», materializada na descida generalizada das taxas de juro um pouco por toda a Europa. Isto é, uma «euforia em torno das obrigações soberanas dos periféricos da zona euro» que não encontra justificação no estado real das economias destes países. O resto não passa disso: barro à parede ou areia movediça! Resta saber qual será a forma mais agradável de acabar com o País ... isto apesar de a vida dos cidadãos estar cada vez melhor! Rédea à solta em gado bravo na imensidade deste enorme deserto!