domingo, 26 de junho de 2011

A “IMAGEM” DE PASSOS COELHO


O Daniel Oliveira veio observar – e muito bem – que o Primeiro-Ministro até pode tentar fazer-nos crer que viajar em económica vai pôr as finanças do País em retoma. Uma chatice toda a gente saber que o governante, porque exerce essas funções e a TAP é uma empresa do Estado, nada paga. Ou seja, nós não pagamos o bilhete dele. Nem o de primeira nem o de económica. Passos Coelho apressou-se a dizer que a notícia não tinha saído do seu gabinete – apesar de o ter feito depois de toda a gente já saber disto. Ora, parece irrelevante que o PM viaje “em executiva, económica ou de trotinete”. O que realmente importa, diz o Daniel, é se governa bem ou mal. Muitos vieram logo defender Sua Excelência realçando que a “tal” decisão era apenas simbólica, mas que servia para alertar consciências e tal. Não necessariamente, digo eu. De nada nos serve ter um governo que viaja em económica mas depois desata a fazer privatizações a torto e a direito, a preço de saldo, derretendo o património do Estado, causando um rombo sem remédio nos cofres públicos, e enchendo os bolsos aos privados de sempre. De nada nos serve um governo com poucos ministros que implementa uma política de austeridade capaz de suscitar as mesmas dores e dissabores que a da Grécia? “Se Passos Coelho obrigar a banca a pagar tantos impostos como as outras empresas, se garantir que os trabalhadores são protegidos de quem se aproveita da crise para o abuso, se não entregar a Escola Pública e o Serviço Nacional de Saúde, que é de nós todos, aos apetites privados, se não vender ao desbarato o que pertence ao Estado, até pode viajar de Falcon que terá o meu aplauso. Se fizer o oposto, até pode ir a pé para Bruxelas que nem por isso merece o meu elogio. Se a esta decisão simbólica for acompanhada por uma verdadeira distribuição de sacrifícios, só pode merecer o meu respeito. Se não, é uma aldrabice.”
Veio também o Henrique Raposo comentar que achava bem e viagem em económica, como simbolismo. Que isto até conta, e muito, numa comunidade política”. Mas está à espera de confirmar se Passos terá mesmo força para lidar com o aparelho do PSD. Colocar o PSD na turística, sem atender às pressões dos “seus” boys, dos “seus” “yes man”. Ter apenas 4 ministros pode ser um ótimo sinal, mas nada mais. Vá lá saber-se como controlar os ímpetos dos deputados, a lembrarmo-nos daquele grupozinho que tanto estrebuchava para que fosse criado um "Centro para a Promoção e Valorização dos Bordados de Tibaldinho", a alimentar, of corse, pelo Orçamento de Estado. “Os luxos da classe executiva têm de ser retirados a esta gente. Ainda há muitos governos civis para extinguir.”