De "O inimigo sem rosto - Fraude e Corrupção em Portugal", de Maria José Morgado e José Vegar, Publicações D. Quixote, 4ª ...edição, páginas 58/59.
DECÁLOGO DO CORRUPTO -
I - Nunca te esquecerás que a ética kantiana é uma teoria impraticável e que são o poder e a ambição que ditam todas as acções dos homens. II - Terás sempre em atenção que deves usar o teu poder para servir os que ainda estão acima de ti e para seres indispensável aos que estão abaixo de ti. III - Jamais terás dúvidas de que o dinheiro que geras para ti e para os teus é o melhor atalho para consolidar e aumentar o teu poder. IV - Realizarás todos os teus atos na sombra, em silêncio, sem provas, sem testemunhas, longe de documentos e especialmente ao largo de telemóveis. V - Procurarás nunca desapontar os teus amos e nunca renegar os teus cumplices, especialmente se estes forem familia, ou tiverem tido acesso à tua intimidade. VI - Estarás sempre vigilante em relação aos que te invejam e aos que, por formalismos legais ou por suspeita, querem fiscalizar as tuas acções. Encontrarás meios para os desacreditar ou, em último caso, os eliminar. VII - Construiás diariamente uma teia, com fios feitos por lideres que graças a ti treparão mais alto, por funcionários que através de ti chegarão ao lucro, e por novas entidades que deixarás os teus liderarem. VIII - Deverás estar atento a todas as oportunidades de mercado, sabendo que elas são infinitas, e estudarás especialmente as novas formas de negócios, ou seja, o modo de as usares a teu favor. IX - Serás cirúrgico e assético no modo de contornar as leis, os regulamentos e os códigos, e atraírás a ti os melhores especialistas para te ajudarem a camuflar e a fazerem desaparecer todos os traços das tuas actividades. X - No caso extremamente improvável de seres apanhado, gritarás inocência até ao fim, marcarás conferências de imprensa para proclamar o teu horror e quando te confrontares com a tua consciência, dirás a ti próprio que fizéstes tudo para bem do povo e dos seus representantes.
DECÁLOGO DO CORRUPTO -
I - Nunca te esquecerás que a ética kantiana é uma teoria impraticável e que são o poder e a ambição que ditam todas as acções dos homens. II - Terás sempre em atenção que deves usar o teu poder para servir os que ainda estão acima de ti e para seres indispensável aos que estão abaixo de ti. III - Jamais terás dúvidas de que o dinheiro que geras para ti e para os teus é o melhor atalho para consolidar e aumentar o teu poder. IV - Realizarás todos os teus atos na sombra, em silêncio, sem provas, sem testemunhas, longe de documentos e especialmente ao largo de telemóveis. V - Procurarás nunca desapontar os teus amos e nunca renegar os teus cumplices, especialmente se estes forem familia, ou tiverem tido acesso à tua intimidade. VI - Estarás sempre vigilante em relação aos que te invejam e aos que, por formalismos legais ou por suspeita, querem fiscalizar as tuas acções. Encontrarás meios para os desacreditar ou, em último caso, os eliminar. VII - Construiás diariamente uma teia, com fios feitos por lideres que graças a ti treparão mais alto, por funcionários que através de ti chegarão ao lucro, e por novas entidades que deixarás os teus liderarem. VIII - Deverás estar atento a todas as oportunidades de mercado, sabendo que elas são infinitas, e estudarás especialmente as novas formas de negócios, ou seja, o modo de as usares a teu favor. IX - Serás cirúrgico e assético no modo de contornar as leis, os regulamentos e os códigos, e atraírás a ti os melhores especialistas para te ajudarem a camuflar e a fazerem desaparecer todos os traços das tuas actividades. X - No caso extremamente improvável de seres apanhado, gritarás inocência até ao fim, marcarás conferências de imprensa para proclamar o teu horror e quando te confrontares com a tua consciência, dirás a ti próprio que fizéstes tudo para bem do povo e dos seus representantes.