Em Centenário Republicano, ainda se insurgem as mesmas questões e se dão as mesmas respostas. Em causa a intriga palaciana do assassínio de D. Carlos I.
Basicamente, uma pergunta: Quem organizou o crime que matou o rei e o príncipe herdeiro?
Até eu própria requestionei os dados adquiridos, pela investigação (amadora, claro) feita sobre o assunto. Como co-fundadora da Academia de Estudos Laicos e Republicanos, algumas questões prévias estavam para mim assentes. Eis senão quando o Professor Mendo Henriques me faz o desafio de colaborar com o Instituto da Democracia Portuguesa, a título pontual - começando já por dizer que o IDP tem como Presidente de Honra, S.A.R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte. Em nada incoerente com os princípios do republicanismo que defendo, já que no artigo 1º dos Princípios Fundamentais do IDP, estatui-se que “Portugal é e deverá ser sempre um Estado independente”. E a sua 1ª Finalidade é “o aprofundamento da Democracia em Portugal como Estado independente no âmbito da União Europeia”. Nada de mal veio ao mundo portanto.
Mudou talvez a inflexão sobre o tema. Rei e príncipe foram mortos a 1 de Fevereiro de 1908. O que está entreaberto? Tudo aponta para a existência de, pelo menos, mais dois atiradores no Terreiro do Paço.
Sanches de Baena (1990), Rui Ramos (2006), Jorge Morais (2007) e, agora, o meu bom amigo Mendo Castro Henriques, focando-se na cena do crime, na documentação e em testemunhos da época (de Aquilino Ribeiro a Félix Correia ou Rocha Martins) asseguram que se tratou de um atentado estrategicamente bem preparado, com quatro a oito protagonistas. Terá havido efectivamente uma conspiração e avultados meios logísticos e financeiros por detrás do atentado.
Em 1900, na Sala Portugal da Sociedade de Geografia, António Martins organizou um torneio de esgrima e a vitória na «poule principal» coube ao «distinto amador» Sebastião de Herédia, filho de Francisco Correia de Herédia, Visconde da Ribeira Brava. Numa reunião de Herédia e Alpoim com Afonso Costa e Alexandre Braga, a 11 de Julho de 1907, na casa de Ribeira Brava, à Avenida da Liberdade, lançaram-se as primeiras pedras de uma causa que se «atentasse contra Franco, o ditador» - no intuito de «resgatar Portugal à ditadura». As armas foram encomendadas a Gonçalo Heitor Ferreira: nove carabinas Winchester calibre 351 e um lote de pistolas FN-Browning. Pagou-as Francisco de Herédia. A 28 de Janeiro de 1908 falha a tentativa de levantamento em Lisboa. São presos Afonso Costa, Ribeira Brava (trisavô de S.A.R. Dona Isabel de Herédia) e Egas Moniz. Alpoim foge para Espanha, e, logo dois dias depois, o monarca assina um decreto prevendo a expulsão do reino dos principais implicados no golpe. Parece ter sido esta a causa próxima do regicídio.
O filósofo Miguel de Unamuno estava com Alpoim em Salamanca quando veio de supetão a notícia do atentado e, porventura, eivado de paixão, no ‘El Liberal’ (1923), afirma que Alpoim disse: “olha, já morreu o canalha!”. O processo foi instruído durante dois anos e desapareceu com a emergência do regime republicano. Mais uma vez, parece (...) que D. Manuel levou uma cópia para o exílio, em Londres, e que, numa grande inconveniência ou talvez não, lhe foi “roubada” de casa.
Espantam-se os leitores. Porquê? Justiça e Poder, muitas vezes, coabitam em harmonia.
Se reaparecerá algum dia? Seria do interesse de quem? Se os monarcas estavam insatisfeitos, os republicanos insatisfeitos estavam. Logo….tudo se reduz a uma história fatídica com pormenores rocambolescos!
Basicamente, uma pergunta: Quem organizou o crime que matou o rei e o príncipe herdeiro?
Até eu própria requestionei os dados adquiridos, pela investigação (amadora, claro) feita sobre o assunto. Como co-fundadora da Academia de Estudos Laicos e Republicanos, algumas questões prévias estavam para mim assentes. Eis senão quando o Professor Mendo Henriques me faz o desafio de colaborar com o Instituto da Democracia Portuguesa, a título pontual - começando já por dizer que o IDP tem como Presidente de Honra, S.A.R. o Duque de Bragança, Senhor Dom Duarte. Em nada incoerente com os princípios do republicanismo que defendo, já que no artigo 1º dos Princípios Fundamentais do IDP, estatui-se que “Portugal é e deverá ser sempre um Estado independente”. E a sua 1ª Finalidade é “o aprofundamento da Democracia em Portugal como Estado independente no âmbito da União Europeia”. Nada de mal veio ao mundo portanto.
Mudou talvez a inflexão sobre o tema. Rei e príncipe foram mortos a 1 de Fevereiro de 1908. O que está entreaberto? Tudo aponta para a existência de, pelo menos, mais dois atiradores no Terreiro do Paço.
Sanches de Baena (1990), Rui Ramos (2006), Jorge Morais (2007) e, agora, o meu bom amigo Mendo Castro Henriques, focando-se na cena do crime, na documentação e em testemunhos da época (de Aquilino Ribeiro a Félix Correia ou Rocha Martins) asseguram que se tratou de um atentado estrategicamente bem preparado, com quatro a oito protagonistas. Terá havido efectivamente uma conspiração e avultados meios logísticos e financeiros por detrás do atentado.
Em 1900, na Sala Portugal da Sociedade de Geografia, António Martins organizou um torneio de esgrima e a vitória na «poule principal» coube ao «distinto amador» Sebastião de Herédia, filho de Francisco Correia de Herédia, Visconde da Ribeira Brava. Numa reunião de Herédia e Alpoim com Afonso Costa e Alexandre Braga, a 11 de Julho de 1907, na casa de Ribeira Brava, à Avenida da Liberdade, lançaram-se as primeiras pedras de uma causa que se «atentasse contra Franco, o ditador» - no intuito de «resgatar Portugal à ditadura». As armas foram encomendadas a Gonçalo Heitor Ferreira: nove carabinas Winchester calibre 351 e um lote de pistolas FN-Browning. Pagou-as Francisco de Herédia. A 28 de Janeiro de 1908 falha a tentativa de levantamento em Lisboa. São presos Afonso Costa, Ribeira Brava (trisavô de S.A.R. Dona Isabel de Herédia) e Egas Moniz. Alpoim foge para Espanha, e, logo dois dias depois, o monarca assina um decreto prevendo a expulsão do reino dos principais implicados no golpe. Parece ter sido esta a causa próxima do regicídio.
O filósofo Miguel de Unamuno estava com Alpoim em Salamanca quando veio de supetão a notícia do atentado e, porventura, eivado de paixão, no ‘El Liberal’ (1923), afirma que Alpoim disse: “olha, já morreu o canalha!”. O processo foi instruído durante dois anos e desapareceu com a emergência do regime republicano. Mais uma vez, parece (...) que D. Manuel levou uma cópia para o exílio, em Londres, e que, numa grande inconveniência ou talvez não, lhe foi “roubada” de casa.
Espantam-se os leitores. Porquê? Justiça e Poder, muitas vezes, coabitam em harmonia.
Se reaparecerá algum dia? Seria do interesse de quem? Se os monarcas estavam insatisfeitos, os republicanos insatisfeitos estavam. Logo….tudo se reduz a uma história fatídica com pormenores rocambolescos!