O Decreto-Lei 9/2015, de 15 de Janeiro é um tratado de incompetência ilustrativo dos "bons" critérios de apadrinhamento de malta sem capacidade técnica e, como sempre aconteceu na velha escola, às quais se abriu as portas de um qualquer gabinete por distracção [muitas vezes são os(as) próprios(as) a(s) distracção(ões)] ou vulgo "cunha". No diploma, confere-se aos passageiros dos transportes rodoviários uma série de regalias que só levam à risada depois do primeiro café da manhã. Por exemplo, viajar sem título de transporte. Mais, durante as viagens em transportes rodoviários deve (não é pode, é deve!) deitar objectos pela janela fora, pedir esmola (será que a intenção é a de que o montante reverta a favor do Estado?), sair ou entrar do veículo em andamento ( comecem já a treinar, porque não é fácil...) e colocar os pés em cima dos estofos do vizinho da frente. Se não cumprir estes e outros "deveres" fica sujeito a uma coima. A isto junte-se a desmaterialização de crianças até aos 4 anos (artº 10º) que "as crianças de idade até quatro anos viajam gratuitamente, desde que não ocupem lugar". (!?)
Este pessoal dos gabinetes está cada vez mais impreparado para as tarefas técnicas que supostamente lhe cabe. É a incompetência de quem está acima reflectida em baixo. Malgrado, o critério para escolher esta malta continua a ser o cartão do partido ou outra das armas ao dispor, e escusam os socialistas de tentar passar ao lado da questão já que fazem rigorosamente o mesmo quando estão empoleirados.
Já virá a desculpa das gralhas, mas entretanto, como o diploma entrou em vigor no dia 16, - se alguém se lembrasse disto a ver no que dava ... como multar? como sancionar? como julgar? é a lei que vigora desde o dia 16! - desde viajar à borla a fazer dos transportes um parque infantil ou um filme de terror se alguém se lembrar disso, vai ser uma curiosidade terceiro mundista tipica da selva urbana. Gralhas à parte, Passos Coelho, a ministra Marilú e o inefável Aníbal são os responsáveis pelo "gra(e)lhado". Os primeiros publicam qualquer coisa que lhes interesse para português ver em período pré-eleitoral. O segundo assina qualquer coisita, desde que não seja sobre o caso BPN.
A quem precisa de uma boa risada, aproveite a leitura deste miminho de incompetência flagrante. Imbecis como estes será dificil de imitar numa próxima governação. Única razão para uns quantos entenderem que o PS é uma alternativa. Mas que se precisava de uma alternativa séria, lá isso precisava-se. Até lá, diplomas como este vão fazendo o in(v)ferno do nosso descontentamento. AM