"Ó! Grande Arquiteto do Universo, cuja luz se traduz no esplendor do sol e cuja energia produz vida em todos os seres, irradia-me com a tua chama sagrada. Arrojo-me a participar dos teus mistérios, porém necessito da tua força, preciso da tua beleza. Desperta-me para a vida, para que eu saia da zona de sombra. Estende o meu olhar para que eu possa ver a luz do saber, da mesma forma que meus olhos contemplam o purpúreo do pôr-do-sol. Faze-me sábio, assim poderei compreender melhor os mistérios que ensinaste aos meus Irmãos. Prudente, serei capaz de contribuir com a realização do todo. Anseio pelo saber, não para seguir as pegadas dos Mestres, mas para procurar o que eles procuraram. Faze-me forte para que eu possa, com as próprias mãos, desbastar minha “Pedra Bruta” e cavar masmorras ao vício, e com arrojo. E coragem ingressar na senda da virtude. Busco a tua força, não para superar os meus Irmãos, mas para estar apto a lutar contra o maior dos meus inimigos – eu mesmo. Faze-me belo, para que eu seja a mudança que tu desejas ver no mundo, enche o meu coração de Luz e de poesia, assim poderei embelezar as minhas ações e ungir o meu espírito com a essência do amor fraterno. Aspiro a tua forma, não pela virtude dos gestos, mas para que eu possa revelar o meu Mestre Interior. Faze-me justo e perfeito para que eu chegue a ti com a mente clara, as mãos limpas e o olhar sincero. E quando a chama da vida em meu corpo se apagar, como se apaga o sol ao final de cada dia, possa o meu espírito olhar para ti, sem qualquer mácula ou vergonha. Assim seja!" Interpretação e livre adaptação do autor da obra “O Desbastar da Pedra Bruta” – António Augusto Queiroz Baptista a uma oração de origem Xamã.