sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Pragas de Natal - Um Presidente de angústias


«Chega o Natal e, com ele, chegam algumas das pragas anuais. Todos os anos, por esta altura, Cavaco vem, com cara de Páscoa, desejar um feliz Natal aos portugueses.
Chega o Natal e, com ele, chegam algumas das pragas anuais. Todos os anos, por esta altura, Cavaco vem, com cara de Páscoa, desejar um feliz Natal aos portugueses.
Desta vez, Aníbal Cavaco apelou aos portugueses para que "tenham confiança no país". Ui! Foi assim com o BES e depois foi o que se viu. Portanto, é um: fujam para as montanhas. O que nos vale é que só falta uma mensagem de Natal de Cavaco, na pior das hipóteses.
Diz o PR: "desejamos a todos os Portugueses um Feliz Natal e um Ano de 2015 com saúde e mais prosperidade", - só mais um bocadinho, sem exageros, que não queremos que o mexilhão estranhe. Cavaco quer só mais um bocadinho de prosperidade, porque ele já está bem. "Queremos que a paz esteja com os homens não só agora. Queremos que o esforço de concórdia entre os Povos seja permanente. Queremos que a solidariedade e a partilha sejam mais fortes nesta época do ano, mas que permaneçam activas ao longo do tempo." São desejos de Miss na boca do marido de Maria Cavaco. Não faz sentido.
Este ano, Maria Cavaco Silva juntou-se ao PR no discurso, o que me faz comichão porque eu nunca votei Dona Maria. Mas também nunca votei Aníbal, por isso coço-me a dobrar.
A outra praga que, felizmente, este ano não apareceu com a habitual pujança é a colecção de presépios de Maria Cavaco Silva. A sua vasta colecção de presépios de diversas proveniências, como o Chile, Colômbia ou Tailândia. Diz que, quando, no ano passado, o Bispo de Bragança foi visitar a exposição terá dito: "impressionante, já não via tantos meninos nus deitados em palha desde que descobrimos a colecção de fotos do ex-vice-reitor do Seminário do Fundão".
Não há nada mais deprimente do que fazer colecção de presépios. Quer dizer, há. Ainda é mais deprimente fazer colecção de presépios e estar casada com o Aníbal. Aliás, provavelmente, a Maria só se meteu nisto, da colecção de presépios como desculpa para não ter tempo para o Aníbal - Maria, vê lá este discurso que eu escrevi sobre o estatuto dos Açores. - Agora não posso que tenho que ir ver se o musgo já cresceu.
Havia tanta coisa mais gira e útil para coleccionar. A Imelda Marcos tinha três mil pares de sapatos, era um exagero, mas ao menos tinham utilidade. A Maria tem para cima de mil e quinhentos pastores em cerâmica, barro e azulejo, que não dão para calçar. Há mais pastores nos presépios da Maria que na Península Ibérica. E a trabalheira que deve dar quando o Aníbal quer ir brincar com as vacas? Tem que espalhar aquilo tudo pelos jardins de Belém: parece a Suíça vista de cima.
Por outro lado, o Aníbal deve sofrer muito com esta panca da Maria. Já imaginaram o que é ter de embrulhar o equivalente à população da Madeira - ovelhas incluídas - com aqueles papéis brancos de celofane, para não se estragarem?! Tenho a certeza que já passou pela cabeça do Presidente tentar fazer a permuta daqueles 600 estábulos por mais uma casita na Coelha.
Bom Natal.»