segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Discurso iniciático - Martinismo





"Mas compreende bem, meu Irmão, uma terceira e última vez to adjuro; compreende bem que o Altruísmo é o único caminho que conduz ao único fim, isto é, a reintegração dos sub-multiplos na Unidade divina; - a única doutrina que fornece o meio, que é a desobstrução dos entraves materiais, para a ascenção através das hierarquias superiores para o astro central da regeneração e da paz. Não esqueças que Adão Universal é um Todo homogéneo, um ser vivo do qual apenas somos os átomos orgânicos e as células constitutivas. Todos vivemos uns nos outros, uns para os outros e fôssemos igualmente salvos (para empregar a linguagem cristã) não cessaríamos de sofrer e de lutar, uma vez que não estivessem salvos, como nós, todos os nossos irmãos. O Egoísmo inteligente conclui pois como concluiu a ciência tradicional: a fraternidade não é pura ilusão, é uma realidade de facto. Quem trabalha para outrem, para si trabalha; quem mata ou fere o seu próximo, fere-se e mata-se; quem ultraja, insulta-se. Que não te aterrorizem estes termos místicos: a alta doutrina nada tem de arbitrário; somos os matemáticos da ontologia, os algebristas da metafísica. Lembra-te, filho da Terra, que a tua ambição suprema deve ser a de reconquistar o Eden Zodiacal, donde não deverias jamais descer e de reentrar enfim na Unidade inefável, fora da qual nada és e no seio da qual nada encontrarás, após trabalhos e tormentos, aquela paz celeste, aquele sono consciente que os Indus conhecem sob o nome de Nirvana: a beatitude Suprema da Omniscência, em Deus." (Discurso iniciático para uma recepção na Ordem Martinista (3º Grau), Maçonaria Iniciática, Code Maçonnique, João Antunes, Livraria Clássica Editora, Edição limitada 236/250)